terça-feira, 4 de agosto de 2009

Portugal perde atractividade para a deslocalização de serviços

Portugal ocupa a 50ª posição no ranking que mede a atractividade dos países enquanto potenciais destinos para a deslocalização de serviços (“IT services and support”, “contact centers” e “back office support”), com base na análise de factores como "financial attractiveness", "people skills and availability" e "business environment", segundo um estudo elaborado pela empresa de consultadoria AT Kearney.

Portugal perde 4 posições em relação ao ranking de 2007, onde ocupava a 46ª posição, e esta perda de competitividade ainda é mais acentuada se tivermos em conta os dados de 2004, onde Portugal detinha a 19ª posição num ranking de 25 países.
Global Services Location Index 2009
(number in parenthesis indicates ranking in 2007 GSLI)
1. India (position in 2007 GSLI: 1)
2. China (2)
3. Malaysia (3)
4. Thailand (4)
5. Indonesia(6)
6. Egypt (13)
7. Philippines (8)
8. Chile (7)
9. Jordan (14)
10. Vietnam (19)
11. Mexico (10)
12. Brazil (5)
13. Bulgaria (9)
14. United States (Tier II)* (21)
15. Ghana (27)
16. Sri Lanka (29)
17. Tunisia (26)
18. Estonia (15)
19. Romania (33)
20. Pakistan (30)
21. Lithuania (28)
22. Latvia (17)
23. Costa Rica (34)
24. Jamaica (32)
25. Mauritius (25)
26. Senegal (39)
27. Argentina (23)
28. Canada (35)
29. United Arab Emirates (20)
30. Morocco (36)
31. United Kingdom (Tier II)* (42)
32. Czech Republic (16)
33. Russia (37)
34. Germany (Tier II)* (40)
35. Singapore (11)
36. Uruguay (22)
37. Hungary (24)
38. Poland (18)
39. South Africa (31)
40. Slovakia (12)
41. France (Tier II)* (48)
42. Ukraine (47)
43. Panama (41)
44. Turkey (49)
45. Spain (43)
46. New Zealand (44)
47. Australia (45)
48. Ireland (50)
49. Israel (38)
50. Portugal (46)

*Based on lower-cost locations in each country: San Antonio (U.S.), Belfast (UK), Leipzig (Germany) and Marseilles (France)


De acordo com este estudo, designado por “Global Services Location Index’ 2009 (GSLI)”, os 3 destinos mais atractivos para a deslocalização de serviços são a Índia, China e Malásia, que ocupam a mesma posição de 2007. Para além disso, no GLSI de 2009, destacamos também as seguintes conclusões:

i) A Europa Central e Oriental perde competitividade neste tipo de actividade em relação a outros destinos na Ásia, Médio Oriente e Magrebe.

ii) O Médio Oriente e Magrebe ganha relevância devido à sua proximidade com a Europa e à existência de recursos humanos preparados e habilitados para este tipo de funções (“offshoring” de serviços).

iii) A África Subsaariana mostra o seu potencial com o aparecimento de 3 países desta região no ranking, nomeadamente o Ghana ( 15ª posição), Ilhas Maurícias (25ª), Senegal (26ª) e África do Sul (39ª).

iv) Os países da América Latina e Caraíbas continuam bem classificados devido, sobretudo à proximidade com o mercado norte-americano (“nearshore destinations”).


v) Alguns países asiáticos ocupam o topo da tabela, beneficiando de uma combinação de custos reduzidos, ambiente de negócios favoráveis e “high people skills”.
vi) Um conjunto de países da União Europeia ocupam posições relevantes neste ranking, nomeadamente, a Bulgária (13ª posição) Estónia (18ª), Roménia (19ª), Lituânia (21ª), Letónia (22ª), Reino Unido (31ª), Rep. Checa (32ª), Alemanha (34ª), Hungria (37ª), Polónia (38ª), Eslováquia (40ª), França (41ª), Espanha (45ª) e Irlanda (48ª), para além de Portugal (50ª) que “fecha” o ranking.

Este é um mais um indicador, a juntar a outros, que evidenciam a perda de competitividade de Portugal enquanto destino de investimento directo estrangeiro, sobretudo devido à forte concorrência dos novos Estados membros da União Europeia e também dos países mais desenvolvidos dessa mesma União Europeia.
Por último, gostaríamos ainda de sublinhar a importância crescente de Cabo Verde, enquanto destino de deslocalização de serviços de empresas portuguesas, nomeadamente da área das telecomunicações ("contact centers"), beneficiando de factores como a lingua, qualidade e custo dos recursos humanos, ambiente de negócios e estabilidade politico-social.