sexta-feira, 26 de abril de 2013

BERD quer alargar intervenção na Rússia



A Rússia é o país com o maior numero de operações no âmbito da actividade do BERD - Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento. O BERD já financiou  714 projectos no mercado russo, sobretudo no sector privado (84% do total), que implicaram um desembolso financeiro de cerca de 15,6 mil milhões de euros por parte deste instituição financeira internacional. Mas o BERD quer reforçar o seu envolvimento na Rússia, esperando contar para isso com um maior protagonismo das empresas oriundas de alguns dos seus países accionistas, nomeadamente de empresas norte-americanas. Num dircurso realizado há dias na US Chamber of Commerce, em Nova Iorque, Sir Suma Chakrabarti, Presidente doo BERD, apontou, de forma muito clara, as razões desta aposta e as dificuldades que as empresas estrangeiras normalmente encontram na abordagem deste mercado, concluindo do seguinte modo: "There are lucrative opportunities out there - the big risks are commensurate with the big rewards. We've worked with many of those who've done it already and we don't often hear regrets. To quote an old Russian proverb, `without pain there is no science’ or as we would say `adversity is a great teacher’. In other words, investment in Russia isn’t easy but companies tell us the benefits are clear in the end". Sobre  o enquadramento económico, o clima de investimento e as formas de entrada no mercado russo, o BERD tem disponível um estudo bastante útil designado "Diversifying Russia" que pode ver aqui.
 

terça-feira, 23 de abril de 2013

Sobre a eleição do próximo Presidente do Banco Asiático de Desenvolvimento

 
 
                                              Foto: Banco Asiático de Desenvolvimento
 
Discute-se nesta altura a eleição do próximo presidente do Banco Asiático de Desenvolvimento, onde o Japão é o principal accionista regional (Portugal é um dos países accionistas não-regionais). Desde a sua criação, em 1966, que esta instituição de financiamento multilateral tem sido dirigida por japoneses  e tudo indica que o próximo Presidente venha a ser o actual Vice-Ministro das Finanças japonês, Takehiko Nakao, e candidato único ao lugar. Os contornos e consequências desta eleição, em comparação com processos eleitorais recentes verificados no Banco Mundial e no Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento, são analisados com pertinência e oportunidade por Scott Morris do Center for Global Development (EUA) que conclui o seguinte em relação  ao que se está a passar no Banco Asiático de Desenvolvimento: " So if the ADB presidential selection process is business as usual, with a sole Japanese candidate quickly and quietly selected, I hardly think it spells disaster for the ADB’s important work. But I do think it will represent an unfortunate set back in what has become an increasingly robust leadership competition across the international financial institutions, in which candidates and the countries who nominate them are motivated to put their best ideas forward for the future of the organizations ". Ou seja, começa-se a discutir, cada vez mais, as características da governação e da liderança deste tipo de instituições, facto a que não será alheia a pressão que está a ser exercida junto destas instituições por um conjunto de países emergentes que aspiram, também aqui, a terem mais poder e protagonismo!

terça-feira, 16 de abril de 2013

Top Five Reasons Why Africa Should Be a Priority for the United States/Brookings Institution

 

Um grupo de investigadores da Brookings Institution (EUA) acaba de publicar mais um interessante relatório com o titulo "Top Five Reasons Why Africa Should Be a Priority for the United States"(que pode ver aqui). Trata-se de uma reflexão sobre o actual potencial do Continente Africano e as estratégias que devem ser prosseguidas pelos EUA e que me leva também a colocar a seguinte questão: Que tipo de prioridade e de relevância deve ter actualmente África para Portugal ?

segunda-feira, 8 de abril de 2013

A importância das competências nas áreas da geopolítica e da globalização nos programas dos cursos de gestão empresarial: a experiência da “Grenoble École de Management”


A “Grenoble École de Management” é uma das principais escolas de gestão francesas (ver aqui os principais rankings)  e organizou, na semana passada, a 5ª edição do “Festival de Géopolitique”, dedicada, este ano, à problemática da globalização. Esta universidade tem tido um papel pioneiro em França na incorporação das problemáticas das geopolítica e da globalização nos “curricula” dos vários cursos de gestão (graduação e pós-graduação). Ou seja, para além das tradicionais unidades curriculares nas áreas da contabilidade, finanças, marketing, logística ou recursos humanos, são também oferecidas aos estudantes da “Grenoble École de Management” um conjunto de competências ao nível  da economia internacional, relações internacionais, sociologia, geografia e até antropologia que seguramente  vão permitir aos estudantes “compreenderem melhor os outros” e, sobretudo, perceberem  o rápido processo de globalização e de transformação económica e social em curso. Uma estratégia que me parece também bastante ajustada à actual procura das empresas  e que faria todo o sentido ser também prosseguida em Portugal.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

UNCTAD e UNECA analisam relacionamento económico BRICS - ÁFRICA


Ainda a propósito da última Cimeira dos BRICS, que abordámos no "post" anterior, a UNCTAD – UN Conference on Trade and Investment e a UNECA – Economic Comission for Africa, publicaram dois excelentes trabalhos sobre as relações económicas e comerciais entre os BRICS e o Continente Africano. O documento da UNECA designa-se "Africa-BRICS Cooperation: Implications for Growth, Employment and Structural Transformation in Africa" e o da UNCTAD "The Rise of BRICS and Africa".

A Cimeira dos BRICS e a intenção de criação de um novo banco de desenvolvimento



Terminou há dias na cidade de Durban, na África do Sul, a  "5ª Cimeira dos BRICS" (Brasil, Rússia, India, China e África do Sul). Um comunicado final desta Cimeira pode ver aqui. No entanto, a medida mais emblemática desta iniciativa é a intenção manifestada por este grupo de países de criarem de uma instituição financeira para apoio ao desenvolvimento de projectos nos BRICS, sobretudo na área das infra-estruturas, e eventualmente também em outros mercados emergentes. Ou seja, uma entidade com características muito semelhantes a outras instituições multilaterais de financiamento, tais como o Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento ou Banco Asiático de Desenvolvimento. Para uns, esta intenção é bastante difícil de concretizar, face às  diferenças ainda existentes entre os BRICS em relação a este projecto e também ao actual contexto da economia internacional, para outros, esta intenção é exequível  a médio-longo prazo se houver o necessário apoio politico e diplomático. Certo, certo, é que a próxima Cimeira dos BRICS vai ter lugar no Brasil, em 2014, e até lá vamos assistir, seguramente, a um reforço das relações económicas e politicas deste grupo de países com os países da América Central e do Sul.