sábado, 6 de agosto de 2011

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Eleições Presidenciais em São Tomé e Príncipe e em Cabo Verde e a cobertura da RTP



É já no próximo Domingo que vão ter lugar as eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe e em Cabo Verde. No caso de São Tomé e Príncipe, trata-se da 2ª volta das eleições presidenciais que vão ser disputadas por dois "dinossauros" da politica local, Manuel Pinto da Costa  (ex-Presidente da República) e Evaristo Carvalho. Na primeira volta, Manuel Pinto da Costa foi o mais votado, com 35,58% dos votos, enquanto Evaristo Carvalho obteve 21,74%, com 32,11% dos eleitores inscritos a optarem pela abstenção. Já em Cabo Verde, a eleição promete ser muito disputada tendo-se apresentado a este escrutínio quatro candidatos, alguns deles com grande experiência de governação e muito bem preparados politicamente, a saber: Manuel Inocêncio (apoiado pelo PAICV, partido no poder), Aristides Lima (deputado do PAICV, que concorre como independente), Jorge Carlos Fonseca (apoiado pelo MpD, maior partido da oposição) e Joaquim Jaime Monteiro (independente). Recorde-se que em 36 anos de independência, Cabo Verde teve três chefes de Estado – Aristides Pereira (1975-1991), António Mascarenhas Monteiro (1991-2001) e Pedro Pires (desde 2001).
Ainda a propósito destas duas eleições,  refira-se o acompanhamento que tem vindo a ser realizado pela RTP África, através do registo diário das campanhas eleitorais e da realização de entrevistas aos candidatos. Uma atitude que também deveria ser seguida, com a necessária ponderação em termos de ocupação da grelha informativa, pelo canal de maior audiência da televisão pública (RTP1), tendo em atenção a importância do relacionamento de Portugal com estes países e a relevância das diásporas caboverdiana e são-tomense residentes no nosso país.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Futre e os turistas chineses


Foto: The Economist

A importância do mercado chinês como emissor de turistas para Portugal foi mediatizado nos últimos tempos pela intervenção de Paulo Futre durante a última campanha eleitoral para a Direcção do Sporting Clube de Portugal. Nesta, como em outras áreas, o mercado chinês apresenta várias potencialidades que têm sido acompanhadas, com mais ou menos atenção, pelos operadores turísticos e por alguns sectores do tecido empresarial português.
Quem não perde tempo em relação a este assunto parece ser o governo espanhol. No inicio desta semana, o Ministro espanhol da Industria, Turismo e Comércio, Miguel Sebastián, lançou, em Pequim, o "Plan Turismo China". Com este Plano pretendem captar cerca de 1 milhão de turistas chineses no ano 2020 e para atingirem esse objectivo lançaram um conjunto de medidas muito concretas, como sejam (i) uma maior simplificação e agilidade na emissão de vistos turísticos para cidadãos chineses (medida já implementada com sucesso no mercado russo); (ii) a promoção do aumento das ligações aéreas da China para Espanha (das actuais 9 para cerca de 50 ligações semanais em 2020); (iii) a aposta na formação em Espanha de quadros do sector turístico chinês; (iv) e o lançamento de campanhas anuais de promoção turística do destino Espanha na China.
Paulo Futre percebeu, com certeza, que segundo a Organização Mundial de Turismo, a China vai ser, em 2020, o principal mercado mundial emissor de turistas com cerca de 100 milhões de turistas/ano.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Turquia: demissão das chefias militares poderá abrir caminho a profundas mudanças na vida politica do país



Um conjunto de altas chefias militares turcas demitiu-se sem apresentarem quaisquer justificações. Entre os militares que agora abandonam as suas funções contam-se o general Isik Kosaner, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e os Chefes de Estado-Maior do Exército, Marinha e Força Aérea.

Alguns observadores consideram que os motivos destas demissões estão relacionados com as divergências existentes com o Governo em relação à promoção de vários generais detidos e suspeitos de conspiração.

Actualmente, estão presos 42 generais turcos por alegadas conspirações para derrubar o governo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), liderado por Recep Tayyip Erdogan e no poder desde 2002. As chefias militares agora demissionárias pretendiam que os generais presos pudessem beneficiar de promoções enquanto que o Governo quer que estes passem à situação de reforma.

No entanto, este episódio deve ter uma leitura mais alargada, pois marca uma profunda mudança na vida politica turca e na relação de forças entre os militares e o poder politico. Há uns anos atrás, este descontentamento dos militares teria originado um golpe de Estado. Hoje, esta decisão não trouxe, até à data, quaisquer consequências ao nível da estabilidade da ordem pública e do funcionamento das instituições do país. Aliás, a partida desta “velha guarda militar”, que tem sido a guardiã da laicização do Estado, vai criar condições para um efectivo controlo deste sector por parte do poder civil, e do actual partido do governo, e para uma reforma profunda das forças armadas e do sistema constitucional turco. As consequências serão naturalmente acompanhadas com muita atenção por outros países da região, como o Irão e a Síria, mas também pela União Europeia e pelos EUA (a Turquia é também um país membro da Nato).