sexta-feira, 30 de março de 2012

Sinais da globalização: Telefónica encerra "call centers" na América Latina e transfere esses serviços para Espanha


A multinacional espanhola Telefónica anunciou há dias a transferência para Espanha de um conjunto de "call centers" que possuía na América Latina a fim de tentar travar a fuga de clientes insatisfeitos com a qualidade dos serviços prestados. A grande questão em relação a esta noticia é sabermos se se trata de uma decisão pontual de uma determinada empresa ou se um movimento mais global de relocalização deste tipo de serviços para os países desenvolvidos. Neste caso, a relocalização não tem aparentemente a ver com os custos dos serviços prestados (mais baratos nos países em desenvolvimento onde normalmente estão localizados), mas com as exigências de uma maior qualidade e controlo sobre os mesmos. Se decisão que foi agora tomada pela Telefónica for seguida por outras empresas poderá vir a colocar em risco milhares de postos de trabalho em alguns dos países que mais se têm destacado no "outsourcing" de "call centers", como são os casos da Índia, Filipinas, China, Irlanda, México, Tunísia, Marrocos, Senegal e África do Sul. Mas, por outro lado, decisões deste género podem vir a constituir autênticos "balões de oxigénio", através da criação de emprego, para algumas das endémicas economias europeias. Em síntese, o carácter brutal da globalização ou, numa outra perspectiva, duas das faces da globalização!

terça-feira, 27 de março de 2012

Israel: the start-up nation?


Israel é um caso de sucesso mundial na criação de "start-ups". As explicações para este facto foram analisadas num livro da autoria de Dan Senor and Saul Singer, lançado em 2009, e designado por "The Start-Up Nation - The Story of Israel's Economic Miracle” . Na opinião dos autores deste livro "Israel is not just a country, but a comprehensive state of mind". Ou seja, "Israelis innovate because they have to. The land is arid, so they excel at water and agricultural technology. They have little oil, so they furrow their brows to find alternatives. They are surrounded by enemies, so their military technology is superb and creates lucrative spin-offs, especially in communications. The relationships forged during military service foster frenetic networking in civilian life. A flood of immigrants in the 1990s gave national brainpower a mighty boost. The results are the envy of almost everyone outside Silicon Valley" e também a liderança mundial do investimento per capita em venture-capital (veja quadro abaixo/fonte: The Economist).


Porém, algumas destas empresas "star-up born global" não chegam a atingir a "fase adulta" ou a média/grande dimensão. São rapidamente compradas por empresas e investidores estrangeiros, sobretudo norte-americanos! E este facto, entre outros, coloca novos desafios aos empreendedores israelitas: What's next for the Start-up nation (veja video acima)?