Os escritórios de advogados portugueses têm hoje um papel muito activo na promoção da internacionalização das empresas nacionais. Actualmente, os escritórios de advogados portugueses dinamizam, com bastante regularidade, acções na área da promoção da internacionalização que vão desde seminários e workshops de divulgação de mercados internacionais, elaboração de guias de negócios e outros materiais informativos, captação e assessoria a investidores estrangeiros, até ao apoio e co-organização de missões empresariais. Os escritórios de advogados portugueses constituem hoje, aquilo a que em marketing internacional, se costuma designar por "external internacionalization triggers", isto é agentes ou factores externos à empresa que estimulam o inicio do processo de internacionalização empresarial. A jusante de todo este processo estes mesmos escritórios acompanharam a internacionalização de muitos dos seus clientes e estaleceram parcerias e/ou criaram sucursais em diferentes mercados, sobretudo naqueles que têm constituído os principais destinos do investimento directo português no estrangeiro (Brasil, Espanha, Palop, Norte de África, China e Macau e Países da Europa Central e Oriental). Este fenómeno passa-se também em outros países, como por exemplo em França.
Mas este inteligente posicionamento dos escritórios de advogados vem colocar também novos desafios aos actores tradicionais do sistema português de apoio á internacionalização empresarial. Refiro-me às associações empresariais (regionais, sectoriais, multisectoriais), câmaras de comércio bilaterais, instituições bancárias e seguradoras, empresas de consultadoria e entidades públicas envolvidas na promoção económica externa do país. Também nesta área a crise por que passa actualmente a economia portuguesa irá potenciar a clarificação do papel destes diferentes actores, saindo "vencedores" os que conseguirem antecipar tendências e se posicionarem correctamente neste sistema, o mesmo é dizer os que conseguirem reflectir e actuar estratégicamente numa área cada vez globalizada e mais exigente em termos de recursos e de conhecimentos.