terça-feira, 21 de julho de 2009

Estudo da Transparency International revela dados sobre a corrupção em Portugal

Numa altura em que a problemática da corrupção volta à agenda politica em Portugal, a ONG (Organização Não-Governamental) Transparency International (TI) acaba de divulgar um novo relatório sobre este assunto, designado “Global Corruption Barometer' 2009", e que passou quase despercebido em Portugal. Aliás, no site desta organização onde é feito o levantamento da cobertura mediática deste trabalho, não há, até á data em que escrevemos este post, qualquer referência à a artigos publicados na imprensa portuguesa sobre este assunto, ao contrário do que sucedeu em outros países.

Este estudo da TI foi efectuado em 69 países, entre Outubro de 2008 e Fevereiro de 2009, e contou com a participação de 73 132 pessoas.
Em termos globais, metade dos entrevistados tem a percepção de elevados níveis de corrupção no sector privado, fenómeno que está a também afectar alguns países desenvolvidos como o Canadá, Dinamarca, Islândia, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Portugal, Espanha e Suíça.
Da leitura do "Global Corruption Barometer'2009", constata-se que 33% dos portugueses consideram o sector privado como aquele que é mais afectado pela corrupção, seguido dos partidos políticos (29%), funcionários públicos (15%), sistema judicial (14%), parlamento (5%) e meios de comunicação social (4%).
Já quanto ao combate à corrupção, cerca de 73% dos portugueses consideram que a actuação do governo tem sido ineficaz, enquanto 16% acreditam que as medidas implementadas pelas autoridades nacionais têm obtido resultados. No entanto, e apesar de haver uma elevada percepção de corrupção na sociedade portuguesa, somente 2% dos portugueses admite ter pago subornos, nos últimos 12 meses, para obter algum bem ou serviço.
Face à crescente relevância do tema da corrupção em Portugal, é com alguma expectativa que aguardamos as propostas de combate à corrupção que vão ser apresentadas nos programas eleitorais dos vários partidos políticos que concorrem às próximas eleições legislativas. Para que este assunto não volte a ser colocado apenas a meio da legislatura por alguns deputados mais "incómodos" mas, infelizmente, sem quaisquer consequências politicas!