A Martifer anunciou esta semana que a sua sucursal polaca, a Martifer Polska, ganhou o concurso para o fabrico e montagem da estrutura metálica do Baltic Arena, em Gdansk, um dos estádios que vai acolher alguns dos jogos do Fase Final do Campeonato Europeu de Futebol de 2012 (Euro'2012) que irá ser co-organizado pela Polónia e Ucrânia. Uma empreitada que vai envolver cerca de 6 440 toneladas de estrutura metálica e vai custar 10,4 milhões de euros.
É uma obra importante e com um grande valor simbólico, pois comprova a competitividade e a capacidade de uma empresa portuguesa, neste caso a Martifer, num mercados europeus mais dinâmicos e concorrenciais. Estão, por isso, de parabéns os quadros portuguesas e polacos da Martifer Polska, empresa localizada na cidade de Gliwice (Silésia, sul da Polónia) e que tive oportunidade de visitar várias vezes no período em que desempenhei funções de Director da AICEP e de Conselheiro Económico na Embaixada de Portugal na Polónia (2003-2007).
Para mim, esta noticia tem também para um significado especial, pois sempre acreditei que seria possível o envolvimento das empresas portuguesas na construção e reabilitação dos estádios polacos e ucranianos do Euro'2012. No período em que estive colocado em Varsóvia, e com o apoio e intervenção directa dos Embaixadores de Portugal na Polónia - primeiro Margarida Figueiredo e depois José Sequeira e Serpa -, com quem tive o grande prazer de trabalhar, acompanhámos com muita atenção e dedicação o chamado dossier "Euro 2012". No âmbito deste dossier, realizámos reuniões de trabalho com várias empresas nacionais - sobretudo das áreas da construção civil, arquitectura, imobiliário, metalomecânica, banca e consultadoria de engenharia; informámos estas sobre as características dos concursos de construção/realibilitação dos estádios e acerca dos principais "players" envolvidos; agendámos encontros com várias entidades e empresas locais; convidámos, em colaboração com algumas firmas portuguesas, decisores e jornalistas polacos para visitarem os estádios portuguesas do Euro 2004; e efectuámos todas as "diligências" possíveis por estas empresas, no âmbito da chamada "diplomacia económica".
Com esta noticia sobre a Martifer constata-se também o indiscutivel sucesso da grande maioria dos investimentos portugueses no mercado polaco que constitui hoje, sem dúvida, um mercado incontornável nas estratégias de internacionalização destas empresas e, acrescentaríamos, de todas as outras que tenham planos sérios e consistentes de abordagem de mercados externos.