Esta semana decorreu, em Lisboa, a edição de 2009 do “Global China Business Meeting” que reuniu um conjunto muito vasto de líderes económicos e empresariais chineses e seus contrapartes internacionais, oriundos principalmente da Europa e África. Esta iniciativa organizada pela empresa de consultadoria Horasis contou com o apoio do Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, através da AICEP e do Turismo de Portugal e também da Caixa Geral de Depósitos. Os assuntos debatidos neste encontro foram muito actuais e relevantes, e à margem desta iniciativa o Banco Espirito Santo anunciou que irá alargar a sua actividade a Hong Kong, o Banco Comercial Português solicitou autorização para criar uma sucursal (“on shore”) em Macau e o BANIF acabou de ter "luz verde" para a abertura de um escritório de representação em Hong Kong.
Nesta mesma semana, um fundo soberano chinês – o China Investment Corporation - comprou 15% da empresa de energia norte-americana AES Corporation por 1 580 milhões de USD e realizou-se, durante dois dias,, em Sharm El-Sheik (Egipto), o Fórum de Cooperação China-África com a presença do Primeiro-Ministro chinês, Wen Jiabao, e de representantes de 50 países. Nesta ocasião, o governo de Pequim anunciou o lançamento de um dispositivo de linhas de crédito concessionais, no valor de 10 mil milhões de USD, para o Continente Africano e para os próximos 3 anos (recorde-se que a China é o segundo parceiro comercial de África, depois dos EUA, e que os investimentos chineses em África passaram de 327 milhões de euros, em 2003, para 5,2 mil milhões de euros, em 2008).
Hoje, a China é, de facto, um actor global que devemos seguir e acompanhar com muita atenção.
Em Portugal, e à semelhança do que se verifica em outros países europeus, começam a surgir ao nível do sector privado um conjunto de entidades e empresas com “know-how” e capacidade de aconselhamento sobre as melhores formas de abordagem do mercado chinês e que podem complementar e auxiliar as actividades desenvolvidas pelas instituições públicas. Merecem especial referência, entre outros, os trabalhos dos Profs. Nelson António (ISCTE), Virgínia Trigo (ISCTE) e Fernanda Ilhéu (ISEG) – que acabou de criar o projecto ChinaLogus -, da Câmara de Comércio e Industria Luso-Chinesa, e também as iniciativas protagonizadas por empresas de consultadoria como a Market Acess e Edeluc.