sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Estudo revela que a China já é percepcionada como a 1ª potência económica mundial

    Foto: Getty Images

Um estudo de opinião realizado pelo Pew Research Center, um centro de investigação norte-americano, em 14 países (EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Espanha, Polónia, Rússia, Turquia, Egipto, Jordânia, Líbano, China, Japão, Paquistão e México) revela que cerca de 42% dos inquiridos têm a percepção de que a China já é a 1ª potência económica mundial, seguida dos EUA (36%), quando, de facto, este lugar ainda é ocupado pelos EUA. Em 2008, antes do início da crise financeira mundial, e neste grupo de 14 países, a opinião era diferente: 45% das pessoas inquiridas citavam o EUA como a 1ª potência económica mundial, contra 22ª que consideravam que este lugar já era ocupado pela China.
 
 
 Por outro lado, e conforme se pode constatar do quadro abaixo apresentado, “assessments of American economic power have declined over the last year, and views about U.S. economic strength have shifted dramatically over the last four years, especially in Western Europe, where China is now seen as the world’s economic leader. For example, in 2008, before the global economic downturn, 42% in Spain described the U.S. as the world’s leading economic power; just 24% said China. Today, only 26% name the U.S., while 57% think China occupies the top spot".
 
 
Por seu lado, a OCDE, num estudo recente, aponta a China como a principal potência económica mundial em 2016.

Estes factos permitem uma conclusão muito clara:  o mundo está a mudar e está a mudar muito depressa. A China vai ter um papel preponderante nesta mudança. Portugal vai ter que procurar rapidamente a melhor inserção nesta nova ordem económica e financeira multipolar.  Por isso, os próximos anos vão ser decisivos e esclarecedores! Até 2013!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O Conselho da Diáspora Portuguesa e a Rede de Conselheiros para a Internacionalização da Economia Portuguesa


Por diversas vezes neste blogue (ver Etiquetas, separador "Diásporas"), tive a oportunidade de chamar a atenção para a necessidade das autoridades portuguesas definirem uma estratégia de envolvimento activo da diáspora portuguesa no âmbito da política externa nacional, sobretudo na sua vertente económica e comercial. Por isso,  saúdo e registo com especial satisfação o anúncio da criação do Conselho da Diáspora Portuguesa. Trata-se de uma excelente iniciativa que pretende envolver os mais destacados elementos da diáspora portuguesa  numa estratégia de aumento da visibilidade e credibilidade da imagem de Portugal no exterior e de reforço da capacidade de "lobby" portuguesa nos diversos países de acolhimento da nossa emigração. Recordo,  no entanto, que a 21 de Julho de 1999,  o ICEP (actual AICEP) e a Confederação Mundial dos Empresários das Comunidades Portuguesas (actual, Confederação Internacional dos Empresários Portugueses), constituiram a chamada Rede de Conselheiros para a Internacionalização da Economia Portuguesa (RCIEP) que já incorporava alguns dos objectivos hoje anunciados para o Conselho da Diáspora Portuguesa. No âmbito desta estrutura, foram nomeados por sucessivos governos, como Conselheiros para a Internacionalização da Economia Portuguesa, alguns dos  mais destacados gestores e empresários da diáspora portuguesa que, de um modo geral, se envolveram de uma forma bastante determinada e profissional nesse projecto (tive a oportunidade de acompanhar de perto o trabalho de excelência desenvolvido pelo grupo de Conselheiros no mercado da Polónia). Por isso,  espero que este antigo "network"  venha a ser envolvido na iniciativa agora anunciada que julgo que deverá ter, claramente, uma maior abrangência,  e que seja também aproveitada toda a experiência adquirida no projecto RCIEP que teve "momentos altos" mas que, por vicissitudes várias, acabou por perder dinamismo e vitalidade.


P.S. - Sobre este assunto veja também o post "Portugal, um país sem mulheres ilustres" no blogue Vistas Largas.
 

A Amazon.com vai passar a vender vinho "on line" nos EUA

 
A Amazon.com, o  maior site mundial de vendas "on line"  anunciou a criação de uma "on line store" para o sector dos vinhos que vai estar disponivel, numa primeira fase, para 12 Estados dos EUA. Não é a primeira vez que a Amazon tenta desenvolver esta área de negócio. Já em 2000, havia avançado com um projecto nesta área - Wineshopper.com - que viria a falhar. Se esta nova iniciativa da Amazon.com vier a ter o sucesso que a empresa espera ter e que passará pelo alargamento da cobertura geográfica da referida "on line store" para outras partes do mundo, irá revolucionar o mercado mundial dos vinhos, sobretudo ao nível da estruturação e desenvolvimento dos diversos canais de distribuição deste produto. Um tema que merece ser acompanhado com atenção pelas empresas portuguesas exportadoras de vinhos! 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Argélia: mercado de elevado potencial na outra margem do Mediterrâneo



O Presidente francês, François Hollande iniciou ontem uma visita oficial à Argélia. É um momento muito significativo para a politica externa francesa, tendo em atenção as fortes interdependências existentes entre os dois países e as cicatrizes ainda existentes da luta de libertação da Argélia que opôs a França e os movimentos independentistas argelinos. François Hollande está acompanhado por 9 ministros, cerca de 30 grandes empresários, 90 jornalistas e também de uma comitiva bastante representativa de entidades ligadas ao sector da cultura e das artes (significativo também este último dado...a politica externa não se deve limitar ou até ficar refém dos sucessos ou insucessos da diplomacia económica).
No âmbito desta visita, a Renault anunciou que vai abrir uma unidade de montagem de automóveis na Argélia que irá produzir, já a partir de 2014, cerca de 25 000 automóveis/ano da marca Renault Symbol, uma viatura derivada da do Renault Logan. Do lado argelino, Issad Rebrab , líder do Grupo Cevital, o primeiro grupo privado do país com negócios no sector agro-alimentar, distribuição e material eléctrico e electrónico e uma facturação anual de 3 mil milhões de euros, refere que tem a firme intenção de realizar grandes investimentos em França, alguns deles em parceria com entidades do Qatar, pois  "L’Algérie n’a pas de problème d’argent. L’Etat et les entreprises sont mêmes en situation de surliquidités. Mais il nous manque la technologie et le savoir faire technique. Je souhaite racheter des entreprises françaises, qui ensuite transfèreront leur savoir-faire en Algérie. Pour autant, elles ne délocaliseront pas leur production, qui restera en France. En revanche, si elles sont en sureffectifs, elles pourront transférer une partie de leur personnel dans nos sociétés en Algérie" (estes objectivos não encaixam perfeitamente nos planos de expansão internacional de algumas empresas portuguesas?).
Em face deste quadro de referência, da existência de um grande e ambicioso plano de investimentos públicos que está a ser implementado neste país do Norte de África - "Tout le pays est en construction (...) Car Abdelaziz Bouteflika, le président algérien, a lancé un programme titanesque de grands travaux: 2,1 millions de logements, 4 500 kilomètres de routes, 2 200 kilomètres de voies ferrées, 17 barrages, 1.100 établissements scolaires, 300 hôpitaux...Soit 286 milliards de dollars dépensés entre 2010 et 2013...." -, e apesar de alguns condicionalismos existentes ao nível do ambiente de negócios local, não estará na altura dos agentes económicos portugueses voltarem a acompanhar com mais atenção o mercado argelino, a exemplo do que se verificou no passado recente?



P.S. - Sobre este assunto veja também este excelente artigo de Alexandre Kateb publicado no dia 18.12.12, no jornal francês "La Tribune", com o titulo "Pourquoi l' Algérie n' est pas encore une puissance émergente".


 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Escolas de gestão: mudanças de liderança e prioridades de desenvolvimento


Duas das principais escolas de gestão portuguesas mudaram recentemente de liderança. Refiro-me à ISCTE Business School que passou a ser dirigida por Mohamed Azzim e à Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa (Lisboa) que passou a ser liderada por Francisco  Veloso. Na actual conjuntura económica e com a crescente internacionalização das principais escolas de gestão internacionais, as duas instituições de ensino portuguesas têm importantes desafios no curto prazo.  A Yale School of Management passou recentemente por um processo semelhante, sendo agora dirigida por Edward Snyder que, logo que tomou posse, definiu um conjunto de prioridades para a sua escola que nos chegaram via blog de Juan Luis Manfredi e que passamos a apresentar de seguida:

"1. Una escuela de negocios debe especializarse. No cabe que un nuevo competidor ofrezca otra vez el mejor MBA, el mejor club de antiguos alumnos o el mejor campus. El margen de diferenciación en ese entorno es limitado. Hay que buscar otras áreas de desarrollo, probablemente vinculadas los sectores económicos propios del entorno.

2. El profesorado. Hay que diversificar perfiles y contenidos. Ni en la vida ni en los negocios todo gira en torno a las finanzas, el marketing o la economía real. Las escuelas necesitan contratar nuevos perfiles que expliquen cómo funcionan los mercados, las tendencias, los nuevos medios, la comunicación estratégica o la diplomacia corporativa. Esa diversidad enriquecerá la experiencia educativa.

3. La inteligencia económica. Una escuela de negocios debe ser un centro de estudios y análisis de las realidades económicas e industriales. Hay que aprovechar el impulso y los intereses académicos para realizar estudios prospectivos, conocer las dinámicas de cambio de una economía y mostrar el conocimiento. Es, además, la mejor carta de presentación ante los futuros alumnos y ante la industria.

4. La oferta académica no puede ser rígida. Este verano hemos visto el auge de los MOOC. Pero, en general, lo que vemos es un cambio absoluto en el sistema y los valores de la educación superior: la disrupción tiene causas concretas. Para una escuela de negocios, estos cambios pasan necesariamente por diversificar la oferta y ampliar los cursos a tiempo parcial, compatibles con otras actividades.

5. No existe nada parecido a ser global. Una empresa tiene que comenzar por países, zonas geográficas o destinos concretos. Según Snyder, es más interesante comenzar por países como Vietnam o Polonia antes que lanzarse al mercado chino. Éste es amplio y diverso, mientras que aquellos son mercados con población joven y con una alta demanda de bienes y servicios".

Serão algumas destas prioridades válidas para as escolas de gestão portuguesas? Parecem-me que sim, até porque a concorrência nesta área é bastante grande e estas escolas terão que apresentar factores de diferenciação face às suas congéneres nacionais e internacionais.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

ICEX (Espanha) – Ferramentas de apoio ao investimento directo no estrangeiro


Com o objectivo de apoiar as empresas espanholas interessadas em realizar operações de investimento directo no estrangeiro (IDE), o ICEX, organismo espanhol congénere da AICEP,  sistematizou recentemente no seu portal institucional um conjunto de informações bastante relevantes sobre o referido tema, a saber:

- Um directório das empresas espanholas com investimentos no estrangeiro.
- Um guia das principais agências internacionais envolvidas na captação e promoção do investimento estrangeiro, com informações sobre sistemas de apoios e incentivos ao IDE.
- Um simulador dos custos de instalação de empresas em mercados internacionais com dados bastante detalhados sobre todos os encargos relacionados com esse tipo  de operações.

Trata-se, efectivamente, de um conjunto de ferramentas bastante úteis para suporte e apoio à decisão das empresas espanholas interessadas em promover a sua internacionalização via investimento directo estrangeiro.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Acordos bilaterais entre agências de cooperação: nova estratégia de alargamento das políticas públicas de cooperação e desenvolvimento internacional?

 
As agências espanhola (AECID) e sul-coreana (KOICA) de cooperação e desenvolvimento internacional assinaram há dias um acordo que prevê a colaboração mutúa das duas entidades na coordenação das suas actividades em diversos países em vias de desenvolvimento. Entre os países elegidos, numa primeira fase, para a realização dessas acções conjuntas de cooperação contam-se o Paraguai, Bolívia, Peru, Filipinas e Moçambique. Poderá ser esta estratégia - o estabelecimento de parcerias com agências congéneres de cooperação para a actuação conjunta em mercados específicos - uma via para o reforço e alargamento da actuação do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua (resultante da fusão dos antigos IPAD e Instituto Camões) nos mercados prioritários para a cooperação portuguesa?

domingo, 4 de novembro de 2012

sábado, 3 de novembro de 2012

Os escritórios de advogados portugueses e a internacionalização empresarial


Os escritórios de advogados portugueses têm hoje um papel muito activo na promoção da internacionalização das empresas nacionais. Actualmente, os escritórios de advogados portugueses dinamizam, com bastante regularidade, acções na área da promoção da internacionalização que vão desde seminários e workshops de divulgação de mercados internacionais, elaboração de guias de negócios e outros materiais informativos, captação e assessoria a investidores estrangeiros, até ao apoio e co-organização de missões empresariais. Os escritórios de advogados portugueses constituem hoje, aquilo a que em marketing internacional, se costuma designar por "external internacionalization triggers", isto é agentes ou factores externos à empresa que estimulam o inicio do processo de internacionalização empresarial. A jusante de todo este processo estes mesmos escritórios acompanharam a internacionalização de muitos dos seus clientes e estaleceram parcerias e/ou criaram sucursais em diferentes mercados, sobretudo naqueles que têm constituído os principais destinos do investimento directo português no estrangeiro (Brasil, Espanha, Palop, Norte de África, China e Macau e Países da Europa Central e Oriental). Este fenómeno passa-se também em outros países, como por exemplo em França.
 
Mas este inteligente posicionamento dos escritórios de advogados vem colocar também novos desafios aos actores tradicionais do sistema português de apoio á internacionalização empresarial. Refiro-me às associações empresariais (regionais, sectoriais, multisectoriais), câmaras de comércio bilaterais, instituições bancárias e seguradoras, empresas de consultadoria e entidades públicas envolvidas na promoção económica externa do país. Também nesta área a crise por que passa actualmente a economia portuguesa irá potenciar a clarificação do papel destes diferentes actores, saindo "vencedores" os que conseguirem antecipar tendências e se posicionarem correctamente neste sistema, o mesmo é dizer os que conseguirem reflectir e actuar estratégicamente numa área cada vez globalizada e mais exigente em termos de recursos e de conhecimentos.
 

A Guide to China´s Leadership Changes


Entre os dias 08 e 14 de Novembro de 2012, vai ter lugar o 18º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês que irá  escolher uma nova liderança politica para o país. Thomas König do ECFR’s China Programme, explica num excelente trabalho as características deste processo, apresenta os seus principais protagonistas e descreve, de um forma bastante clara, os maiores desafios do novo governo chinês:
 
" Background:
The once-in-a-decade selection of China’s leadership will take place at the 18th National Congress of the Communist Party of China, which starts on November 8th and is likely to end on 14th November. The selection comes at a tumultuous time for China. The Bo Xilai and Wang Lijun scandal made headlines across the world. Tensions have been escalating with neighbours over the contested Senkaku/Diaoyutai islands. And as a forthcoming ECFR report will argue, China is moving into the third phase of its development since the Revolution – what we call China 3.0.
 
What happens on November 8th 2012?
Roughly 2,300 delegates from across the country will meet in Beijing. As well as municipalities, autonomous regions and provinces, among other things they will represent Taiwan, the People’s Liberation Army, Central State Owned Enterprises and Central Banks and Financial Institutions. They will review the Party’s performance over the last five years and select members for the (200 member) Central Committee. This will then convene to appoint the Politburo and the Politburo Standing Committee. Rumours suggest the Politburo Standing Committee will have seven rather than the current nine members this year. The delegates will also rubber stamp decisions made by the outgoing leadership and by Party elders.
 
What is the National Congress of the Communist Party of China?
Congresses are held every five years, and serve to appoint the central institutions of the Party (Central Committee, Politburo, Secretariat). The Congress’s final resolution establishes the Party’s policy lines and often revises the Party Constitution, offering leaders a chance to put their own imprints on it.
 
What is the National People’s Congress?
The National Congress is not the same as the National People’s Congress (NPC), which is China’s national legislature. The NPC only holds one session per year, in March. It appoints all high government positions, although these appointments are pre-cooked by the Party leadership. The NPC also debates and votes new laws, and although this process offers no room for rejection, debate and nay votes can reveal a degree of internal dissent. The Party leaders slated for government roles after the November 2012 Party Congress will formally take their roles at the end of the next NPC session, in March 2013.
 
Why is the 18th National Congress of the Communist Party of China so important?
It represents a significant clearing out of many of those with their hands on the levers of power. 14 of the 25 Politburo members are due to retire, and seven of the nine current Politburo Standing Committee members will step down. Three quarters of the Central Military Commission, along with large portions of China’s ‘cabinet’ – the State Council – will also be replaced. Put simply, 60-70% of China’s top leadership will retire.
 
The new generation includes many ‘princelings’, the offspring of prominent influential senior Party officials (for instance Xi Jinping, whose father Xi Zhongxun is a former Vice-Premier), and members of the Communist Youth League (previously led by President Hu Jintao and Vice Premier Li Keqiang). In contrast to previous ‘technocratic’ leaders (all nine spots on the current Politburo Standing Committee are held by engineers), this ‘fifth generation’ of Chinese leaders comes from diverse educational backgrounds, often studying social sciences or the humanities.
 
Who are the new Chinese leaders?
Xi Jinping is expected to succeed President Hu Jintao. He will become the General Secretary of the Chinese Communist Party during the Party Congress, and President of the People’s Republic during the NPC 2013 session. The timing of his succession to Hu Jintao at the head of the Party and State Military Affairs commission is still unknown. Xi is currently overshadowed by his wife, Peng Liyuan, a major general in the PLA and an incredibly popular folksinger.
 
In 1969, Xi was sent to work in poverty-stricken Yanchuan County in Mao Zedong's ‘Down to the Countryside Movement’, encouraging (ie forcing) ‘the urban masses’ to learn from the peasants. The time Xi spent in relative poverty is important to his image, and the Communist Party wants to portray him less as a privileged princeling, more as a man who has experienced the life of some of China's poorest. His rise through the ranks of the Party has been fast, and includes a stint at the Military Affairs Commission and other PLA positions, as well as leadership posts in Fujian, Zhejiang and Shanghai.

Li Keqiang is set to succeed Wen Jiabao as Premier of the State Council. He has a close relationship with Hu Jintao, because he was involved with the Communist Youth League when it was led by Hu. Li studied law and economics (holding a doctorate), and has long held tenure in the province of Henan, before running Liaoning. A vice-premier since 2008, his portfolio includes economic policy.
 
What are their challenges and what does it mean to the rest of us?
The new Chinese leadership will face several challenges in the coming decade:
  • Social stability: There are around 300 million migrant workers currently struggling to integrate into urban China, and an increasing gap between the rich and poor. In 2011 there were around 180,000 ‘mass incidents’ (which involve more than 500 people and spill into public space). The Chinese government has significantly increased the public security budget, especially at the central government level where it rose by 68% between 2009 and 2011.
  • Changing the economic growth mode: China will have to complete the transition from an export-led economy with notoriously high labour, energy and environmental costs, to an economy powered by domestic consumption and innovation.
  • International affairs: The Xi-Li administration will need to improve relations with neighbouring countries, the US and the European Union. This will be difficult, as the coming Chinese leadership (out of necessity) will be primarily inward-looking, but forced to become more assertive externally. This tension is likely to affect any foreign engagement in the coming years. The EU-China relationship will continue to be dominated by economics. China’s domestic economic transformation will lead to a larger stake in Europe (particularly in FDI and financial inflows) and more interdependence, but as this could reinforce splits among EU member states it will need to be approached with more transparency and continued calls for reciprocal engagement."
Como já descrito no parágrafo anterior, importa perceber com mais profundidade qual vai ser a estratégia de relacionamento politico e económico das autoridades de Pequim com a União Europeia e o tipo de posicionamento que vai ser seguido pelas empresas chineses nos mercados europeus.
 

Australia in the Asia Century - White Paper



A profunda transformação que se está a verificar no Continente Asiático coloca grandes desafios, mas também oportunidades, à economia australiana e ao seu posicionamento geo-estratégico no contexto da região Ásia-Pacifico. Ciente deste facto, o governo de Camberra  acaba de publicar um documento designado "Australia in the Asia Century - White Paper" que constitui "a roadmap to guide Australia to become a more prosperous and resilient nation, fully part of the region and open to the world" e que faz uma reflexão sobre qual deverá ser o lugar da Austrália neste novo enquadramento politico e económico. No caso português não se conhecem muitos trabalhos semelhantes nem para o Continente asiático, nem para outras áreas geográficas mais relevantes para os interesses nacionais, em termos politicos, económicos e empresariais. Algum dia as coisas mudarão? A seguir!
 

sábado, 6 de outubro de 2012

Oportunidades de Negócios nas Instituições da União Europeia

 

O Centro de Informação Europeia Jacques Delors, em Lisboa, lançou recentemente uma iniciativa  de grande utilidade para a empresas portuguesas interessadas em explorar as oportunidades de negócios existentes no âmbito das instituições da União Europeia. Esse projecto designa-se "Oportunidades de Negócios na UE" e nesse site podem ser obtidas informações sobre os concursos públicos a decorrer nas instituições e organismos da União Europeia. Esta (ainda) é uma área de negócio pouco explorada pela maioria das empresas portuguesas, verificando-se algum desconhecimento sobre os procedimentos de acesso às referidas oportunidades, um deficiente acompanhamento dos concursos públicos e uma quase ausência de actividades de "lobby" junto das respectivas instituições.   Espero que este importante sinal que é dado pelo Centro de Informação Europeia Jacques Delors traga bons resultados!

Novo Blogue: O Retorno da Ásia


"O Retorno da Ásia" é um novo e muito interessante blogue dedicado à análise e reflexão de temas asiáticos da autoria de Enrique Martínez Galán e Luis Mah e que passarei a acompanhar com atenção.

Exposalão aposta no potencial dos mercados da diáspora portuguesa



Está a decorrer até ao final do dia de hoje, no recinto da Exposalão (Batalha), a 1ª edição da feira Intergal - Feira Internacional de Produtos Portugueses. Trata-se de um certame especialmente dirigido aos mercados da diáspora portuguesa e que conseguiu mobilizar, logo na edição de estreia,   um número bastante significativo e diversificado de compradores internacionais. Na feira estão presentes pequenas e médias empresas de todo o país, fundamentalmente da área da alimentação e bebidas, muitas delas a darem os primeiros passos no seu processo de internacionalização. Depois do SISAB - Salão Internacional do Sector Alimentar e Bebidas , que já vai na  17ª edição, esta é a segunda iniciativa de promoção comercial realizada em Portugal que tenta explorar as oportunidades de negócios existentes junto da comunidade empresarial portuguesa radicada no estrangeiro. Um nicho de mercado de enorme potencial que urge ser melhor compreendido e explorado pelas empresas portuguesas.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

França apresenta prioridades para a área do comércio externo

           Photo : Citizenside/Zaer Belkalai

Nicole Bricq (na foto) é a ministra francesa do comércio externo . Desta vez, e ao contrário do que se tem verificado nos últimos anos ao nível da orgânica do governo francês, a área do comércio externo foi elevada ao estatuto de ministério e goza de autonomia politica própria, deixando de estar na dependência do ministério da economia e finanças ou do ministério dos negócios estrangeiros. Como a politica também é feita de "sinais", este "estatuto de maioridade" que é dado ao sector do comércio comércio representa uma mensagem politica clara sobre a importância desta área de governação  que é dada pelo chefe do governo francês aos empresários locais, e seus representantes, e aos restantes membros do governo. 

No passado dia 17 de Setembro, Nicole Bricq participou nas jornadas anuais da Ubifrance (entidade congénere da AICEP, com cerca de 1400 trabalhadores e presente em 60 países com uma rede de 80 escritórios) e apresentou aos quadros superiores da instituição as principais prioridades do governo francês para a área do comércio externo (antes, teve ainda tempo para referir que a situação económica francesa é grave - lá como cá ou mais cá que lá? - , que o país atravessa uma crise sem precedentes e que por isso é fundamental uma aposta reforçada na promoção do comércio externo e no apoio à internacionalização das empresas francesas ) que passo a citar:

"Votre cœur de cible, ce sont les ETI et les PME qui peuvent s’internationaliser durablement. Le Fonds stratégique d'investissement (FSI) a identifié plus de 800 ETI  (entreprises de taille intermédiaire) stratégiques. Vous proposerez à chacune d’entre elles un programme de prospection et d’accompagnement personnalisé triennal et contractualisé", a indiqué la ministre qui a présenté ses priorités d'action.

En premier lieu, l'identification des filières prioritaires et un regroupement des entreprises travaillant sur ces marchés. Ce qui aurait pour avantage "une intervention collective sur les marchés à l'étranger". La ministre a également souhaité "un renouvellement du portage" avec un soutien accru des grands groupes aux PME pour mutualiser les moyens de commercialisation des produits sur les marchés étrangers.

Une meilleure adéquation de l'offre et de la demande. Nicole Bricq a annoncé la mise en œuvre "très prochainement de couples pays-produits [afin] de coupler l'offre commerciale de nos ETI avec les besoins des pays." Pour ce faire, elle a commandé à la Direction générale du Trésor une étude des zones de croissance et de leurs marchés porteurs sur trois grandes zones géographiques : "l'Europe, les grands pays émergents, ceux que j'appelle les émergents de taille intermédiaire : la Turquie, la Colombie, le Maroc… et les nouvelles terres de croissance en Afrique", a-t-elle précisé.

Les régions devront concourir aux "déclinaisons régionales de mon plan d'action", a annoncé Nicole Bricq qui a souligné leur rôle "majeur, central." La ministre compte fortement sur les régions pour qu'elles "repèrent, sélectionnent et préparent les entreprises capables d'aller vers l'international". Un partenariat État-régions a été signé le 18 septembre. Des plans régions seront proposés d'ici au 31 mars 2013 pour organiser un "dispositif d'appui au développement international des PME et des ETI" en relation avec les pôles de compétitivité, les chambres de commerce et d'industrie, les centres régionaux de la Banque publique d'investissement et Ubifrance qui "doit devenir un opérateur connu et reconnu par les régions", a-t-elle déclaré. Objectif du partenariat État-régions : porter à 10 000 le nombre de PME/ETI d'ici à trois ans.
Les acteurs d'Ubifrance se rendront sur le terrain pour fortifier la présence et le développement des entreprises sur les marchés étrangers. "La mission diplomatique que je mets en œuvre avec Laurent Fabius est une mission nécessaire mais pas suffisante", a précisé la ministre qui a exhorté les acteurs d'Ubifrance "à conduire une action de terrain" pour avoir une approche spécifique des entreprises. "

O plano é ambicioso ( "l'équilibre du commerce extérieur - hors énergie - en cinq ans") e as prioridades parecem correctas. Aguarde-se, agora, pela sua implementação que é a fase mais preponderante e determinante desta nova estratégia de promoção do comércio externo e de internacionalização de empresas francesas (lá como cá ou mais cá que lá?).

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Cimeira UE-África do Sul



Está a decorrer durante o dia de hoje, em Bruxelas, a 5ª Cimeira União Europeia-África do Sul. É uma ocasião para a União Europeia e a África do Sul reforçarem as suas relações ao nível politico e económico, existindo um conjunto de temas de interesse comum, nomeadamente a situação económica mundial, os “dossiers” ambiente, comércio e cooperação internacional e também os temas relacionados com a situação em África e no Médio Oriente.

A União Europeia é o principal parceiro comercial da África do Sul (representa 28% das exportações sul-africanas), o primeiro investidor externo no país (77,5% do IDE na África do Sul tem origem nos países da UE27) e o principal parceiro sul-africano no âmbito da ajuda e cooperação internacional (70% do total de ajuda externa). Desde 2004, o comércio externo UE-África do Sul cresceu 128%  e cerca de 3/4 do investimento directo estrangeiro realizado país foi concretizado por empresas da União Europeia.

Como é habitual neste tipo de iniciativas, o Eurostat publicou há dias um ponto de situação actualizado das relações comerciais e de investimento da União Europeia com a África do Sul. A leitura destes dados  permitem tirar algumas ilacções sobre o posicionamento e a competitividade internacional das empresas da UE27 no país em análise mas também face às suas congéneres europeias. De acordo com a Eurostat, e durante o 1º semestre de 2012, a Alemanha é, de longe, o principal exportador para a África do Sul (4,3 mil milhões de Euros; 33% do total das exportações da UE27 para a África do Sul), seguida do Reino Unido (1,9 mil milhões de euros; 14% do total das exportações), enquanto o principal importador da UE27 de produtos “Made in South África” é o Reino Unido (2,9 mil milhões de euros; 30% do total das importações) e o 2º a Alemanha (2 mil milhões de euros; 21% do total das importações). A posição de Portugal é modesta - as exportações nacionais alcançaram 47 milhões de euros (18º fornecedor no âmbito da UE27) enquanto as importações se ficaram pelos 30 milhões de euros (15º cliente no quadro da UE27).

No entanto, abordagem do mercado sul-africano por parte de algumas empresas europeias tem sido perspectivada no contexto mais amplo da África Austral e da SADC - Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral. A África do Sul é a principal potência económica na África Austral, uma base de operações ("hub") muito relevante para algumas empresas internacionais com negócios na região e é também bastante significativo o número de firmas sul-africanas com investimentos directos em todos os países da SADC. Para o caso de alguns países europeus, entre os quais Portugal, há ainda a acrescentar o potencial económico das respectivas Diásporas que desde que devidamente utilizadas podem permitir o desenvolvimento de boas oportunidades de negócios. Por tudo isto, vale a pena colocar a África do Sul no grupo de mercados internacionais a acompanhar!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

The Sinodependency Index



Depois do "Big Mac Index", a "The Economist" avançou recentemente com a criação do "Sinodependency Index" que tem por objectivo avaliar o nível de dependência das principais empresas multinacionais em relação ao mercado chinês. É um tema muito actual e premente e que merece a pena ser aprofundado, sobretudo quando se avalia o o potencial do mercado chinês, as consequências de eventuais reorientações da politica comercial do país ou até mesmo os efeitos na economia mundial de um possivel "arrefecimento" da economia chinesa. Integram este indicador todas as empresas da S&P 500 Index que foram analisadas em termos sectoriais. Intel, Apple, IBM, GE, Caterpillar, Boeing, Procter&Gamble, Johnson&Johnson, Philip Morris, 3M e AIG são algumas das empresas do S&P 500 Index com maior nivel de exposição e de relacionamento comercial com a China. Uma outra questão que merece a pena ser colocada nesta reflexão é a de sabermos se iremos assistir a uma cada vez maior interpenetração destas empresas na China, e até que nível,  ou se pelo contrário esta relação será diluida face ao interesse e presença destas empresas em outros mercados internacionais emergentes (Indía, Rússia, Brasil, outros países asiáticos, África).

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Espanha: Madrid reforça centralidade económica e empresarial




Madrid não pára!

Em relação ao investimento directo no estrangeiro, as empresas da Comunidade de Madrid investiram 781,6 milhões de euros (55,8% do total), seguida da Comunidade da Cantábria (11,7%), Catalunha (11,3%) e do País Basco (5,7%).

Quanto ao investimento directo estrangeiro em Espanha, a liderança de Madrid ainda é mais significativa. Entre Janeiro e Março de 2012 foram investidos em Madrid 3 162 milhões de euros, o que representou 88,3% do total de IDE em Espanha (+73% em relação ao período homólogo do ano de 2011). Depois de Madrid, seguiu-se, a uma longa "distância", a Catalunha com 274 milhões de euros (7,7% do total).

No período 2003-2012, Madrid recebeu 92 414 milhões de euros de IDE, ou seja,  62% do total de IDE realizado em Espanha. Depois de Madrid, aparece novamente a Catalunha que recebeu ("apenas") 15% do IDE concretizado em Espanha no mesmo período.


Estes são dados que evidenciam a crescente centralidade económica e empresarial da Comunidade de Madrid no contexto de Espanha e diria até no âmbito da Península Ibérica. Numa evolução em sinal contrário surge a Catalunha. São muitos os sinais da debilidade da economia catalã. Resta saber se esta situação se tornará irreversível.

Ainda sobre o discurso histórico de Bill Clinton na Convenção do Partido Democrata

Foto:  Jason Reed/Reuters

Bill Clinton fez ontem um discurso histórico na Convenção do Partido Democrata. Paulo Pedroso chamou-lhe aqui uma "aula prática de política". Por seu lado, o jornal "El País" apelidou este discurso como "La irrupción del rey Clinton", considerando que nunca um ex-presidente dos EUA fez tanto - e tão bem - por um Presidente que busca a sua reeleição. Robert Reich que foi Secretário do Trabalho de Bill Clinton assinala no seu blogue que " Bill Clinton’s speech tonight at the Democratic National Convention was very long but it was masterful — not only in laying out the case for Barack Obama and against Mitt Romney and Paul Ryan, but in giving the American public what they most want and need in this election season: details, facts, and logic". E acrescenta que  "The question is not how many undecided voters saw the speech (I doubt many did) but whether it galvanizes Democrats — giving them the clarity of conviction and argument they need over the next nine weeks to explain why Obama must be re-elected, and why a Romney-Ryan administration would be a disaster for this country". Pelo que conseguiu fazer no seu primeiro mandato, num contexto económico muito dificil, Obama merece ficar mais 4 anos na Casa Branca.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Singapura de olhos postos em África



Depois da China, Japão, Coreia do Sul, India e Taiwan, chegou agora também a vez de Singapura dar sinais claro do interesse em explorar as oportunidades de negócios existentes em África. Nos dias 29 e 30 de  Agosto, as autoridades de Singapura, através do International Enterprise Singapore/Ministério do Comércio e Industria, realizaram a 2ª edição da Conferência “Africa Singapore Business Forum” e assinaram nesta ocasião um acordo com a IFC/World Bank "to jointly identify growth sectors in Africa for Singapore-based companies to invest in and to share business leads and opportunities through partnerships”.

Em 2011, o comércio externo Singapura-África atingiu S$ 13,8 mil milhões o que representou um crescimento de 11,8% para o período 2007-2011. Singapura foi, em 2011, o principal investidor em África no âmbito dos países do ASEAN (cerca de S$ 23,8 mil milhões, o que constituiu um aumento de 29% face ao ano de 2010), existindo 48 empresas com capitais de Singapura instaladas em 42 países africanos (em 2010, existiam 35 empresas em 29 países africanos). Neste âmbito, parece-me que existiem vários oportunidades de negócios a explorar envolvendo empresas portuguesas instaladas em África e empresas e entidades de Singapura, sobretudo nos sectores da banca, seguros, transportes, comunicações, "trading" e infra-estruturas.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Relações Rússia-África

Fonte: RIA-NOVOSTI

O "ThinkAfricaPress" publica um artigo designado por "Russia's Relations With Africa Floundering" que faz uma avaliação do actual estado das relações da Rússia-África. Depois do forte envolvimento russo no Continente Africano na "era soviética", constata-se, actualmente, um aparente desinteresse das autoridades de Moscovo em apostarem no reforço do relacionamento politico e económico com os países africanos, ao contrário do que se verifica, por exemplo, com os restantes BRIC (Brasil, China e Índia). Em 2009, e de acordo com o quadro acima apresentado, o comércio externo da Rússia com África tinha um valor de 7 mil milhões de USD, representando 1,8% das exportações e 1%, das importações russas, existindo também um conjunto de empresas russas, sobretudo do sector dos recursos minerais, com investimentos em vários países africanos. Segundo alguns especialistas citados no referido artigo, e face às inúmeras oportunidades de negócios e de cooperação existentes em África, urge que a Rússia defina rapidamente uma estratégia para esta região que deverá estar associada a uma maior empenho e envolvimento politico do governo de Putin/Medvedev.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Algumas implicações da adesão da Rússia à Organização Mundial do Comércio




De acordo com o protocolo de adesão negociado entre a Rússia e a Organização Mundial do Comércio
(OMC), os direitos de importação cobrados pelas russas vão baixar, em termos médios, de 10% para 7,8%, com descidas muito equivalentes ao nível dos produtos agrícolas - de 13,2% para 10,8% - e dos produtos transformados - de 9,5% para 7,3%. Estas mudanças irão afectar com mais intensidade os sectores da madeira, papel, tecnologias de informação, cereais e produtos derivados do leite e em menor grau os produtos químicos e as máquinas eléctricas. Para além disso, a Rússia vai ser obrigada a eliminar alguns subsídios à produção industrial e a adaptar determinadas regras sanitárias e fitossanitárias à legislação da OMC , conseguindo, no entanto, que lhe fossem concedidas condições de excepção para a protecção dos sectores mais vulneráveis à concorrência externa, a manutenção de regras especiais ao nível da exportação de alguns produtos, sobretudo matérias-primas, e o direito de continuar a regular no mercado interno um conjunto de preços (gás, etc..).

A adesão da Rússia à OMC irá permitir uma maior abertura do mercado russo à concorrência estrangeira e, desde que haja vontade politica e capacidade da administração pública local, poderá vir a constituir uma boa oportunidade para a realização de um conjunto de transformações na economia russa. Decorrente deste facto, o Banco Mundial prevê que a Rússia venha a crescer 3% nos próximos 2/3 anos e cerca de 11% a médio-longo prazo, apesar da redução muito significativa das receitas cobradas pelo Estado em direitos e taxas de importação (em 2013, estima-se que esse valor possa atingir cerca de 10 mil milhões de USD).


Festas do Mar em Cascais



Estão a decorrer até ao dia 26 de Agosto, em Cascais, as tradicionais "Festas do Mar", numa iniciativa da autarquia local. O programa da edição de 2012 deste evento é excelente e tem conseguido mobilizar a população do concelho e um número bastante significativo de turistas nacionais e estrangeiros com ganhos relevantes para o comércio local. A Câmara Municipal de Cascais está de parabéns, pois a vila voltou a ter nestes dias a vitalidade e o dinamismo de outros tempos!

sábado, 18 de agosto de 2012

Fornecedores da União Europeia perdem posição no aprovisionamento da Inditex/Zara



A Inditex (Zara, Massimo Dutti, Uterqüe, Bershka, entre outras marcas) comprou, em 2011, a menos  fornecedores da União Europeia. No ano passado, a Inditex tinha 1 398 fornecedores (+ 4,5% que no ano anterior), dos quais 625 na Ásia, 457 na países da União Europeia, 130 nos países da Europa Não-Comunitária, 122 em África e 64 na América. De 2009 para 2011, o numero de fornecedores comunitários da Inditex diminuiu 10,7%, ou seja de 512 empresas para 457 empresas. Face aos custos de produção existentes nos países na UE27 e às condicionantes de logística e transportes existentes para os mercados mais longínquos, a tendência para a fabricação de grandes séries de artigos de vestuário em mercados extra-comunitários e de pequenas séries e de maior valor acrescentado nos mercados comunitários irá, com certeza, manter-se nos próximos anos na Inditex. De qualquer, a empresa galega continua destacar a sua estratégia de "aprovisonamento de proximidade" em relação à sede das suas principais cadeias de retalho, onde estão instaladas as suas equipas de design e logística, e à existência de um conjunto de "clusters" Inditex em vários países, nomeadamente em Portugal, Turquia, Índia, Brasil, Marrocos, Bangladesh e China. No caso português, e para um grande número de empresas da fileira da moda do Norte e Centro do país, a Inditex têm uma importância determinante, constituindo, em muitos casos, o único e exclusivo cliente dessas empresas. Espera-se, por isso, que esta relação com a Inditex se mantenha e seja até aprofundada!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Expatriação, distância geográfica e fluxos económicos externos: o caso francês



Via blogue "Le Reste du Monde" um estudo denominado "L’expatriation française, un enjeu géopolitique émergent"(2009), de Arnaud Brennetot et Céline Colange, onde se efectua uma interessante análise sobre os fluxos de expatriação (os autores do trabalho fazem uma  distinção entre fluxos de expatriação e fluxos de emigração), a distância geográfica e as relações económicas externas de França, ao nível do comércio externo e do investimento directo no estrangeiro. Constata-se que os expatriados franceses têm vindo a fixarem-se, fundamentalmente, nos maiores países vizinhos (influência da distância geográfica) e nos principais  parceiros comerciais europeus de França (influência económica). Existirão com certeza outras dimensões a ter em conta, como as relações históricas e culturais e até a evolução politica de alguns países - argumentos particularmente válidos para o caso português -, mas este é trabalho muito relevante sobre um fenómeno que ganha cada vez mais importância nas sociedades mais desenvolvidas

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Crise económica obriga a alterações no dispositivo regional e estatal da diplomacia comercial espanhola


Como já aqui referimos, cada uma das 17 Comunidades Autónomas de Espanha dispõe uma agência, dependente do governo regional, com a missão de realizar a promoção económica externa dessa Comunidade. Assim, existe a PROMOMADRID na Comunidade de Madrid, a ACC1Ó na Comunidade da Catalunha;  a EXTENDA na Comunidade da Andaluzia; o IGAPE na Comunidade da Galiza, entre outras.  A grande maioria destes organismos dispõe de uma rede de delegações/representações económicas e comerciais no estrangeiro que funciona de forma mais ou menos independente do "network" estatal de serviços económicos e comerciais existente junto das representações diplomáticas de Espanha no exterior.  No caso da ACC1Ó (Catalunha), esta agência possui um rede de 34 delegações no exterior nas regiões da Ásia-Pacífico, África-Médio Oriente, Europa e América. Mas a crise (também) chegou a Espanha!  E o governo de Mariano Rajoy para além de estar a avaliar as localizações e o desempenho do seu dispositivo de diplomacia comercial quer também integrar as delegações económicas e comerciais regionais existentes no estrangeiro na rede estatal. Com estas medidas, pretende-se poupar custos e melhorar a eficácia da promoção da "imagem de Espanha". Até ao momento, apenas duas Comunidades - Catalunha e País Basco - não mostraram interesse e vontade de integrar as suas delegações na rede estatal. Porque será?

“A Europa Central e Oriental e a Internacionalização das Empresas Portuguesas”, intervenção proferida na Sociedade de Geografia de Lisboa



No passado dia 25 de Junho, e numa iniciativa da Secção de Indústria da Sociedade de Geografia de Lisboa (SGL) e da Comissão Europeia, efectuei uma intervenção sobre “A Europa Central e Oriental e a Internacionalização das Empresas Portuguesas”. Constituiu uma excelente oportunidade para debater e trocar impressões sobre o referido tema com uma audiência interessada e bastante participativa. Foi também uma ocasião para rever alguns amigos e antigos quadros do ex-ICEP que têm vindo a dinamizar de forma entusiástica a Secção de Indústria da Sociedade de Geografia de Lisboa e aos quais estou muito grato pelo convite que me formularam. Veja aqui a minha intervenção.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Espólio da antiga Diamang - Companhia de Diamantes de Angola na Universidade de Coimbra


A Diamang - Companhia de Diamantes de Angola foi, até 11 de Novembro de 1975, data da independência da República de Angola, a empresa concessionária da exploração de diamantes naquela, até então, Província Ultramarina portuguesa.

A empresa foi fundada em 1917 e teve na sua estrutura accionista capitais portugueses – da firma Henry Burnay & Companhia, depois Banco Burnay e do Banco Nacional Ultramarino; belgas – da Société Générale de Belgique e da Mutualité Coloniale; franceses – da Banque de l’Union Parisienne, e dos Estados Unidos da América – do grupo Ryan-Guggenheim. A este grupo inicial viriam a juntar-se, ao longo do tempo, outros investidores.

A Diamang tinha uma área concessão de cerca de 52.000 km2 (mais de metade da área de Portugal Continental que é de 92 090 Km2), que praticamente cobria as actuais províncias das Lundas Norte e Sul. Confinava, a oeste e sul com o restante território de Angola, a sudeste com a actual Zâmbia (então, Rodésia do Norte) e a norte e nordeste com a actual República Democrática do Congo (o então Congo Belga e depois Zaire). A cerca de12 Km a sul da actual República Democrática do Congo, situa-se o Dundo, povoação fundada pela Diamang, e que constituiu o seu centro administrativo na Lunda.

A Diamang foi sucedida, em 1981, pela Endiama – Empresa Nacional dos Diamantes de Angola. Em parte da antiga área de concessão da Diamang continua a intervir uma sociedade mineira participada pelo estado português, através da SPE-Sociedade Portuguesa de Emprendimentos, e do estado angolano, com a participação da Endiama, e designada por SML - Sociedade Mineira do Lucapa.

A Diamang foi uma empresa referência e bastante poderosa em Angola. Gozava de uma grande autonomia face às autoridades coloniais portuguesas e por lá passaram muitos quadros portugueses de grande qualidade, sobretudo na área da geologia.

O espólio documental, fotográfico e fonográfico da Diamang está a ser analisado, digitalizado e disponibilizado ao público pela Universidade de Coimbra no âmbito do projecto "Diamang Digital". Uma excelente iniciativa que nos recorda uma dimensão muito relevante da antiga presença empresarial portuguesa em África, nomeadamente em Angola,  e pouco conhecida das gerações mais jovens.

União Europeia assina acordos comerciais com o Peru e a Colômbia



No passado dia 26 de Junho, a União Europeia assinou dois importantes acordos comerciais com o Peru e a Colômbia, depois de um longo e complexo processo de negociações que se iniciou em Janeiro de 2009. Estes dois novos acordos vão facilitar e criar condições para um desenvolvimento muito significativo das relações comerciais e de investimento entre o Peru e a Colômbia e os países da UE27. Em 2011, a UE27 exportou cerca de 5 mil milhões de euros para a Colômbia e 2,8 mil milhões para o Peru e importou mercadorias no valor de 6,9 mil milhões de euros da Colômbia e de 6,4 mil milhões de euros do Peru. Cabe agora às empresas europeias (e também às suas congéneres peruanas e colombianas)  aproveitarem estas facilidades e explorarem de uma forma mais sistemática as oportunidades de negócios existentes nestes países. Veja aqui mais informações sobre o relacionamento comercial da UE27 com os países da Região Andina (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru). Também a 26 de Junho, a União Europeia iniciou conversações com a Vietname com vista à assinatura de um acordo comercial com este país asiático.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

As maiores empresas multinacionais em 2011


Via Graphic Detail Blog (The Economist) um ranking das principais empresas multinacionais em 2011, de acordo com o último World Investment Report da UNCTAD.

A criação de marcas através das redes sociais


A revista "El Exportador", editada pelo Instituto Español de Comercio Exterior (ICEX), é uma das melhores publicações internacionais dedicadas aos temas do comércio internacional e da promoção das exportações. O último número desta revista dedica um interessante artigo ao tema da criação e expansão de marcas através das redes sociais (Facebook, Twitter, YouTube entre outras). Uma problemática muito actual que merece ser aprofundada pelas empresas portuguesas.

sábado, 7 de julho de 2012

Banco Interamericano de Desenvolvimento muda representação na Europa de Paris para Madrid


 

Depois de mais de 30 anos em Paris (França), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), instituição financeira multilateral de que Portugal também é accionista, mudou ontem a sede da sua representação na Europa para a cidade de Madrid (Espanha). Neste acto participaram o Presidente do Governo Espanhol, Mariano Rajoy, e o Presidente do BID,   Luis Alberto Moreno, e constitui, sem dúvida, uma importante vitória diplomática para as autoridades espanholas.

O BID foi criado em 1959, tem sede em Washington, conta 48 países membros, emprega cerca de 2 000 colaboradores e é a principal fonte de financiamento multilateral na América Latina. Por sua vez, a América Latina é a principal região de destino do investimento directo espanhol no exterior.

No caso de Portugal, o BID ainda é pouco conhecida por parte da maioria das empresas portuguesas, apesar dos esforços que nos últimos anos as entidades oficiais nacionais têm vindo a realizar na divulgação das oportunidades de negócios existentes neste tipo de instituições. Esta nova localização europeia do BID  e o crescente interesse das empresas portuguesas por alguns países da América Latina, nomeadamente pelo Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Perú, México e Colômbia, são factores que poderão vir a estimular uma abordagem mais regular e sustentada desta entidade por parte do tecido empresarial nacional.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

A internacionalização empresarial e a população norte-americana de origem hispânica


Os EUA têm uma população de 309,3 milhões de habitantes (dados de 2010) dos quais cerca de 50,7 milhões (16,4% do total) têm origem hispânica, de acordo com um estudo recente publicado pelo Pew Hispanic Center. A maior comunidade hispânica é de origem mexicana que conta com 33 milhões de habitantes (65% do total). Só depois surgem as comunidades de origem porto-riquenha (4,7 milhões de habitantes), cubana (1,9 milhões de habitantes) e salvadorenha (1,8 milhões de habitantes). Por outro lado, dos 40 milhões de emigrantes a residirem nos EUA, cerca de 47% têm também origem hispânica. Estes factos evidenciam a diversidade e a multiculturalidade da sociedade norte-americana e devem ser tidos em conta nas estratégias de internacionalização para os EUA de empresas da América Latina e de Espanha, mas também de Portugal.