terça-feira, 18 de setembro de 2012

Cimeira UE-África do Sul



Está a decorrer durante o dia de hoje, em Bruxelas, a 5ª Cimeira União Europeia-África do Sul. É uma ocasião para a União Europeia e a África do Sul reforçarem as suas relações ao nível politico e económico, existindo um conjunto de temas de interesse comum, nomeadamente a situação económica mundial, os “dossiers” ambiente, comércio e cooperação internacional e também os temas relacionados com a situação em África e no Médio Oriente.

A União Europeia é o principal parceiro comercial da África do Sul (representa 28% das exportações sul-africanas), o primeiro investidor externo no país (77,5% do IDE na África do Sul tem origem nos países da UE27) e o principal parceiro sul-africano no âmbito da ajuda e cooperação internacional (70% do total de ajuda externa). Desde 2004, o comércio externo UE-África do Sul cresceu 128%  e cerca de 3/4 do investimento directo estrangeiro realizado país foi concretizado por empresas da União Europeia.

Como é habitual neste tipo de iniciativas, o Eurostat publicou há dias um ponto de situação actualizado das relações comerciais e de investimento da União Europeia com a África do Sul. A leitura destes dados  permitem tirar algumas ilacções sobre o posicionamento e a competitividade internacional das empresas da UE27 no país em análise mas também face às suas congéneres europeias. De acordo com a Eurostat, e durante o 1º semestre de 2012, a Alemanha é, de longe, o principal exportador para a África do Sul (4,3 mil milhões de Euros; 33% do total das exportações da UE27 para a África do Sul), seguida do Reino Unido (1,9 mil milhões de euros; 14% do total das exportações), enquanto o principal importador da UE27 de produtos “Made in South África” é o Reino Unido (2,9 mil milhões de euros; 30% do total das importações) e o 2º a Alemanha (2 mil milhões de euros; 21% do total das importações). A posição de Portugal é modesta - as exportações nacionais alcançaram 47 milhões de euros (18º fornecedor no âmbito da UE27) enquanto as importações se ficaram pelos 30 milhões de euros (15º cliente no quadro da UE27).

No entanto, abordagem do mercado sul-africano por parte de algumas empresas europeias tem sido perspectivada no contexto mais amplo da África Austral e da SADC - Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral. A África do Sul é a principal potência económica na África Austral, uma base de operações ("hub") muito relevante para algumas empresas internacionais com negócios na região e é também bastante significativo o número de firmas sul-africanas com investimentos directos em todos os países da SADC. Para o caso de alguns países europeus, entre os quais Portugal, há ainda a acrescentar o potencial económico das respectivas Diásporas que desde que devidamente utilizadas podem permitir o desenvolvimento de boas oportunidades de negócios. Por tudo isto, vale a pena colocar a África do Sul no grupo de mercados internacionais a acompanhar!