De acordo com o protocolo de adesão negociado entre a Rússia e a Organização Mundial do Comércio
(OMC), os direitos de importação cobrados pelas russas vão baixar, em termos médios, de 10% para 7,8%, com descidas muito equivalentes ao nível dos produtos agrícolas - de 13,2% para 10,8% - e dos produtos transformados - de 9,5% para 7,3%. Estas mudanças irão afectar com mais intensidade os sectores da madeira, papel, tecnologias de informação, cereais e produtos derivados do leite e em menor grau os produtos químicos e as máquinas eléctricas. Para além disso, a Rússia vai ser obrigada a eliminar alguns subsídios à produção industrial e a adaptar determinadas regras sanitárias e fitossanitárias à legislação da OMC , conseguindo, no entanto, que lhe fossem concedidas condições de excepção para a protecção dos sectores mais vulneráveis à concorrência externa, a manutenção de regras especiais ao nível da exportação de alguns produtos, sobretudo matérias-primas, e o direito de continuar a regular no mercado interno um conjunto de preços (gás, etc..).
A adesão da Rússia à OMC irá permitir uma maior abertura do mercado russo à concorrência estrangeira e, desde que haja vontade politica e capacidade da administração pública local, poderá vir a constituir uma boa oportunidade para a realização de um conjunto de transformações na economia russa. Decorrente deste facto, o Banco Mundial prevê que a Rússia venha a crescer 3% nos próximos 2/3 anos e cerca de 11% a médio-longo prazo, apesar da redução muito significativa das receitas cobradas pelo Estado em direitos e taxas de importação (em 2013, estima-se que esse valor possa atingir cerca de 10 mil milhões de USD).
Para os países da União Europeia (UE) a entrada da Rússia na OMC é uma boa noticia, pois irá permitir um mais fácil acesso ao mercado russo das empresas europeias. Em 2011, a UE tinha um deficit da balança comercial com a Rússia de 91 mil milhões de euros e este país constituía o 3º parceiro comercial da UE, depois dos EUA e da China. O mercado russo representou 7,1% das exportações (108 423 milhões de euros) e 11,8% das importações (199 404 mil milhões de euros) dos países da UE 27, mas refira-se que as exportações de apenas 3 países - Alemanha, Itália e França - representaram mais de metade do valor total das vendas da UE27 à Rússia.