Ferran Adrià, o conhecido “chef” espanhol, originário da Catalunha, anunciou recentemente que vai deixar de servir refeições no seu restaurante “El Bulli”, considerado até há pouco o melhor restaurante do mundo, durante os anos de 2012 e 2013. Este período vai ser aproveitado pela equipa de Ferran Adrià para fazer uma análise e avaliação do “know how” e das técnicas e estilos de cozinha que o restaurante tem implementado nos últimos anos e que contribuiram para que “80% da inovação realizada no mundo da cozinha e da gastronomia nos últimos anos se tenha feito em Espanha”, como há dias afirmou o referido "chef".
Como reconhecimento internacional pelo trabalho realizado nesta área em Espanha, um grupo de grandes “chefs” espanhóis, entre os quais se inclui Ferran Adrià, foi convidado pela Universidade de Harvard para animar um curso, com a duração de 4 meses, sobre “Ciência e Cozinha”, juntamente com outros colegas norte-americanos. Mas as solicitações de que é alvo este “chef” espanhol não param por aqui. Ferran Adriá, juntamente com o ESADE - Business School, Siemens, Caja Navarra, DKV, Vodafone, Microsoft, MRW, Once, 3M, Novartis, Nestlé, Puig e a consultora Villafañe & Asociados vão criar um “think tank”, denominado Innovarh, que se vai dedicar à investigação e à promoção da inovação ao nível empresarial.
Nos últimos anos, e graças fundamentalmente ao impulso do Icex-Instituto Espanhol do Comércio Externo, a gastronomia espanhola tem sido também um importante instrumento de suporte e de alavancagem da politica de internacionalização empresarial, sobretudo da fileira da alimentação e bebidas, através do lançamento de diversas iniciativas, entre as quais se inclui o “Programa de Formação de Jovens Profissionais Estrangeiros em Gastronomia Espanhola". Este programa, criado em 2007, pelo Icex – , tem os seguintes objectivos: “(i) familiarizar a un grupo de futuros profesionales de la gastronomía con los productos y alimentos estrella de la cocina española de forma que se obtenga una mayor proyección internacional de los mismos y se potencie su exportación.; (ii) crear una red internacional de profesionales con contactos en la alta cocina española que puedan servir de punto de apoyo para eventuales procesos de internacionalización de este sector –restaurantes filiales en el exterior, proyectos de asistencia técnica o consultoría, etc.; (iii) transmitir una imagen moderna y actual de España a través de su cocina, aprovechando el excelente momento y la proyección internacional de un sector como el culinario, de enorme repercusión mundial en los últimos años.” Esta acção de formação culmina com um concurso culinário onde os vários participantes são avaliados em função dos conhecimentos adquiridos em matéria de alimentos e cozinha espanhola. Para isso, terão que preparar um prato de criação própria que deverá ser elaborado com pelo menos três ingredientes de uma lista de 10 produtos espanhóis, a saber: “aceite de oliva virgen, el ajo morado de Pedroñeras, el pimentón de La Vera, el azafrán, el Pedro Ximénez, el cava, las anchoas en aceite de oliva o el bonito del Norte en conserva, los quesos de Tetilla, La Peral o Idiazábal, el jamón ibérico o las alcachofas de Tudela”.
O “Programa de Formação de Jovens Profissionais Estrangeiros em Gastronomia Espanhola" é dirigido a profissionais oriundos de um conjunto de mercados seleccionados – Alemanha, Brasil, China, EUA, India, Japão, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, México, Noruega, Suiça e Reino Unido – e para a edição deste ano existem cerca de 61 candidaturas para 12 lugares.