De acordo com este artigo do jornal “Expansión”, a aposta no cultivo de oliveiras para produção de azeite é um das novas apostas dos grandes empresários espanhóis como forma de diversificação dos seus investimentos, depois de durante anos as atenções terem estado viradas para a produção de vinhos.
Como exemplo desta tendência, são apontados os investimentos da família Del Pino, uma das mais poderosas famílias espanholas, proprietária do Grupo Ferrovial, em olivais espanhóis e portugueses e o interesse de alargaram esta actividade para países do Norte de África, Chile, Argentina, EUA, Austrália e até mesmo China. A actualmente, a Innoliva - empresa participada pela família Del Pino, Caixa Catalunya e MRA – possui a maior carteira de olivais da Península Ibérica (cerca de 5 000 hectares de terrenos), mas se vier a concretizar-se a aquisição por parte da Sovena (Grupo Jorge de Mello) dos activos da SOS (aproximadamente 10 000 hectares), a empresa portuguesa tornar-se-á o maior “player” ibérico neste sector, segundo refere o “Expansión”.
Deste artigo há a reter três aspectos que nos parecem bastante interessantes: (1) a importância dos grupos empresariais de base familiar na economia espanhola de que os Del Pino, como os Entrecanales (accionistas do grupo Acciona), são um caso paradigmático; (2) a crescente relevância e atenção que está a ser dada aos sectores agrícola e agro-industrial, e nomeadamente ao cultivo de oliveiras e à produção de azeite e de vinhos, como áreas de atracção de novos investimentos por parte dos grandes grupos empresariais espanhóis; (3) e a existência de um grupo empresarial português com uma posição de liderança na Península Ibérica (quantos mais existirão nesta posição?) e com uma forte presença nos principais mercados internacionais (possui, por exemplo, 80% do capital da East Coast Olive Oil, o maior importador e embalador de azeite nos EUA).