A multinacional espanhola Inditex, o maior grupo mundial no sector da moda (detentor das marca Zara, Pull & Bear, Bershka, Stradivarius e Oysho), apresentou esta semana as contas referentes ao ano de 2009, tendo alcançado resultados muito positivos, apesar da crise internacional: a facturação superou os 11 000 milhões de euros, mais 7% que no ano anterior, e foram atingidos resultados líquidos positivos de 1.314 milhões de euros (mais 5% que em 2008).
Na base desta deste sucesso está a actividade internacional da Inditex que representou 68% das vendas totais da empresa (mais 2% que em 2008). Neste momento, esta empresa possui 4 607 pontos de venda, em 74 países, e o plano de expansão internacional prevê a abertura entre 365 e 425 novas lojas, das quais cerca de 98% serão localizadas em 46 países (a Ásia terá um quota de de 40%).
As vendas no Continente Europeu representaram 46% do volume total de negócios e merece especial destaque o reforço que foi efectuado da presença do grupo Inditex na Rússia (37 estabelecimentos) e na Polónia (34 estabelecimentos). Para 2010, está prevista a entrada em novos mercados, nomeadamente na Bulgária, Índia e Cazaquistão, e o lançamento de uma loja “on line” da Zara, uma das marcas do Grupo Inditex, nos mercados de Espanha, Portugal, França, Alemanha, Itália e Reino Unido.
A estratégia deste grupo empresarial é um “case study” que deveria ser estudado e seguido com mais atenção por algumas empresas portuguesas, sobretudo as que operam na fileira da moda. Com efeito, a Inditex, liderada por Amancio Ortega, soube ultrapassar um conjunto de diversas adversidades, relacionadas com a sua integração num sector económico dito "tradicional", ter sido criada numa das regiões mais desfavorecidas de Espanha (Galiza) e ter origem num país que não tinha associada uma grande notoriedade na área da moda (ao contrário, por exemplo, de França ou de Itália), definindo, na altura certa, um plano de expansão internacional num grupo de mercados de elevado potencial para a oferta da empresa.