A Escom, sociedade detida pelo Grupo Espirito Santo, é, provavelmente, a empresa portuguesa com a posição mais forte, mais diversificada e mais consolidada no mercado de Angola, tendo também ramificações a outros países da região (Congo, Namibia, Malawi e África do Sul). Em Angola, tem interesses nos sectores imobiliário, comunicação social, transporte aéreo, diamantes, banca e serviços financeiros, trading, pescas, construcção civil, cimentos, saúde, entre outros. Toda esta posição foi construída, ou se quisermos foi "reconstruída", já que o GES tinha uma posição muito forte em Angola antes da sua Independência, a partir de 1993, e deve-se, em grande parte, ao trabalho realizado pelo líder da empresa, Helder Bataglia, que em momentos determinantes deste processo de expansão empresarial foi persistente, soube correr riscos e evidenciou uma grande capacidade de gestão, negociação e de estabelecimento de relacionamentos pessoais e empresariais muito fortes, e duradouros, com alguns dos principais actores da realidade politica e económica de Angola.
De acordo com as noticias dos últimos dias, o GES vendeu à petrolífera Sonangol, através da Rioforte, 67% da Escom, mantendo-se, no entanto, Herder Bataglia, como accionista da empresa (com 33% do capital da empresa). Uma noticia que me causou alguma surpresa. Portugal perde, assim, uma das principais referências da presença empresarial Portugal em Angola, e a Sonangol alarga, ainda mais, a sua actividade para áreas de negócio fora do seu "core business". A acompanhar.