O aeroporto de Joanesburgo é maior “airport hub” (centro de ligações) da África Austral e do Continente Africano. A partir Joanensburgo, existem ligações aéreas directas para todos os Continentes e para um grande número de países africanos. Passei por Joanesburgo várias vezes em trânsito para Moçambique, Zimbabwe e Namíbia e recordo uma infra-estrutrura aeroportuária eficiente e apoiada numa companhia de bandeira, a South African Airways, moderna e com um serviço de qualidade. No entanto, e a exemplo do que já se verifica em outras áreas, a posição sul-africana neste domínio das ligações aéreas vai também passar a ter, a curto-médio prazo, um rival regional de alguma relevância. Com efeito, o governo angolano decidiu recentemente apostar na construção de um novo aeroporto, nos arredores de Luanda, que pretende vir a ser o novo “hub” para a região austral do Continente Africano. Os trabalhos neste novo aeroporto estão a decorrer a bom ritmo, têm o acompanhamento directo do Presidente da República – o que releva a importância do projecto para o Estado angolano –, vai custar cerca de 3 mil milhões de USD e estará, em principio, concluído num prazo de 2 anos. Até lá, haverá um conjunto de outras melhorias que as autoridades angolanas deverão efectuar ao nível das diversas infra-estruturas de apoio ao aeroporto e na modernização e aumento da capacidade operacional da companhia de bandeira angolana (TAAG). No entanto, a construção deste novo aeroporto, em Luanda, não vai ter apenas consequências regionais ou até no Continente Africano. Irá também colocar grandes desafios à TAP Air Portugal, em termos de comerciais e de relacionamento com as autoridades angolanas, numa rota de importância estratégica para a actual companhia de bandeira portuguesa.