As estratégias de investimento no estrangeiro das empresas chinesas são fortemente influenciadas pela dimensão e pelo potencial de crescimento dos mercados, de acordo com um estudo realizado junto de 140 executivos chineses por Bala Ramasamy, professor na CEIBS - China Europe International Business School (Shangai). Outros factores determinantes na escolha de mercados externos por parte de investidores chineses estão relacionados com a existência de boas relações políticas e diplomáticas com a
China e de acordos comerciais bilaterais, de níveis reduzidos de corrupção, de
boas infra-estruturas tecnológicas e de facilidades de natureza fiscal e
aduaneira. Estes dados têm particular significado num momento em que a China tem
um papel cada vez mais relevante enquanto investidor internacional, como revelam
os dados do “World Investment Report’2014”. Com efeito, em 2013, o investimento
directo no exterior (IDE) da China ultrapassou, pela primeira vez, os 100 mil
milhões de USD, representando 18,1% do IDE global e ocupando um lugar preponderante em algumas economias do Sudeste Asiático, África e América Latina. Para
as empresas portuguesas, e sobretudo para aquelas com maior envolvimento nos mercados internacionais, o reforço da posição da
China (também) como actor e emissor global de investimento directo estrangeiro traz crescentes oportunidades, mas também algumas ameaças. Para que possam tirar os maiores benefícios desta incontornável situação, as empresas portuguesas deverão ser capazes de perceberem as consequências destas macro tendências e de estabelecerem, face a situações concretas, estratégias de colaboração ou de reposicionamento empresarial, principalmente, nos mercados mais relevantes para a oferta portuguesa de bens e serviços, não esquecendo naturalmente o mercado doméstico.