Os principais determinantes do investimento chinês na Europa passaram da procura de recursos para a procura de activos e de mercados, de acordo com a opinião de Louis Brennan, professor no Trinity College (Dublin), expressa num "paper" publicado pelo Columbia Center on Sustainable Development (pode ver aqui). Mas a Europa, com os seus mercados e marcas sofisticadas e as suas potencialidades de desenvolvimento de tecnologias inovadores, coloca também sérios desafios aos investidores chineses, face à grande "distância psicológica" existente entre a Europa e a China e às diferentes formas de acolhimento que tiveram nos países onde se instalaram (desde a resistência e a apreensão até a situações de boa recepção). Estas diferenças culturais e institucionais entre a Europa e a China estão a obrigar as empresas chineses na Europa a adaptarem-se a novas normas e práticas e a ajustarem o seu estilo de organização e de gestão, passando do tradicional modo de organização hierárquico e de comando e controlo, para formas de gestão mais compatíveis com a cultura de maior autonomia funcional prevalecente na Europa. Neste âmbito seria muito interessante analisar e avaliar este tipo de fenómeno em algumas das empresas portuguesas recentemente adquiridas por interesses chineses.