terça-feira, 31 de março de 2015

As exportações de mercadorias dos Países da União Europeia em 2014


A Eurosat acaba de publicar uma análise sobre o comércio internacional de mercadorias da União Europeia, em 2014 (que pode ver aqui), que conclui que a os EUA  (15% do total de comércio de mercadorias) e a China (14% do total) continuam a ser os principais parceiros da UE. Seguem-se a Rússia (8% do total) e a Suíça (7%).

Já em relação às exportações de mercadorias dos 28 estados-membros da União Europeia, que atingiram 4 636 mil milhões de euros, destinaram-se, em cerca de 63% do total (2 934 mil milhões de euros), a outros estados-membros da União Europeia (comércio intra-União Europeia). Conforme se pode constatar da leitura do quadro acima apresentado (clicando no quadro aumenta-se a sua dimensão), mais de 75% das vendas de mercadorias de 7 estados-membros da União Europeia Europeia, nomeadamente a Eslováquia (84%), Luxemburgo (83%), República Checa (82%), Hungria (80%), Polónia (77%), Holanda (76%) e Eslovénia (75%), foram direccionadas para outros estados-membros da União Europeia. Por outro lado, apenas o Grécia (48% do total), Malta (48%) e o Reino Unido (48%) venderam mais mercadorias para países extra-comunitários, em 2014, do que para os seus parceiros comunitários. Portugal, apesar da estratégia de diversificação de mercados seguida nos últimos anos, continua a ter as suas exportações de mercadorias ainda muito concentradas nos países da União Europeia (71% do total) e num valor superior às exportações espanholas para o mesmo espaço económico (64% do total).

segunda-feira, 23 de março de 2015

Lee Kuan Yew

Faleceu Lee Kuan Yew, o primeiro chefe de Governo de Singapura, tendo ocupado o lugar de primeiro-ministro durante três décadas (1955 e 1990), e o principal responsável pela transformação desta antiga colónia britânica num dos mais prósperos e desenvolvidos países do mundo. O jornal britânico The Guardian dedica-lhe um longo artigo (que pode ver aqui) e a Lee Kuan Yew School of Public Policy da National University of Singapore, considerada a primeira escola asiática de políticas públicas e a 22ª no mundo, presta também um importante tributo ao seu inspirador e principal referência. Aliás, num momento particularmente relevante para a sociedade e para a economia de Singapura, o actual Reitor da Lee Kuan Yew School of Public Policy, Kishore Mahbubani, acaba de publicar um livro que dá pelo nome de "Can Singapore Survive?" que pretende contribuir para uma reflexão, agora ainda mais justificada depois do desaparecimento do mais marcante líder politico e estadista deste país, sobre os principais desafios, obstáculos e oportunidades que se colocam  nos dias de hoje a esta pequena cidade-estado.

domingo, 22 de março de 2015

Análise do comércio internacional de armamento (2010-2014)

O Stockholm International Peace Research Institute acaba de publicar um relatório designado por "Trends in International Arms Transfers'2014" (pode ver aqui), da autoria de Pieter Wezeman e Siemon Wezeman, que faz uma análise sintética das principais tendências e dos principais importadores e exportadores de armamento no mundo. De acordo com este relatório, os cinco principais exportadores de armas, no período 2010-2014, foram os EUA, Rússia, China, Alemanha e França, enquanto os cinco principais importadores foram a Índia, Arábia Saudita, China, Emirados Árabes Unidos e Paquistão.

Os desafios dos investimentos chineses na Europa

Os principais determinantes do investimento chinês na Europa passaram da procura de recursos para a procura de activos e de mercados, de acordo com a opinião de Louis Brennan, professor no Trinity College (Dublin), expressa num "paper" publicado pelo Columbia Center on Sustainable Development (pode ver aqui). Mas a Europa, com os seus mercados e marcas sofisticadas e as suas potencialidades de desenvolvimento de tecnologias inovadores, coloca também sérios desafios aos investidores chineses, face à grande "distância psicológica" existente entre a Europa e a China e às diferentes formas de acolhimento que tiveram nos países onde se instalaram (desde a resistência e a apreensão até a situações de boa recepção).  Estas diferenças culturais e institucionais entre a Europa e a China estão a obrigar as empresas chineses na Europa a adaptarem-se a novas normas e práticas e a ajustarem o seu estilo de organização e de gestão, passando do tradicional modo de organização hierárquico e de comando e controlo, para  formas de gestão mais compatíveis com a cultura de maior autonomia funcional prevalecente na Europa. Neste âmbito seria muito interessante analisar e avaliar este tipo de fenómeno em algumas das empresas portuguesas recentemente adquiridas por interesses chineses.