terça-feira, 4 de novembro de 2014

Estudo da Fundação Dom Cabral (Brasil) revela que 25% das “startups” brasileiras cessam a sua actividade em menos de 1 ano

A Fundação Dom Cabral, a 1ª escola de negócios da América Latina e a 23ª no ranking de 2014 do Financial Times sobre as melhores escolas de negócios do mundo, investigou as causas da “mortalidade” das “startups” brasileiras (empresas inovadores e com forte incorporação tecnológica) e concluiu que 25% destas empresas cessam a sua actividade antes de atingirem o 1º ano de actividade e cerca de 50% não chegam a atingir 4 anos de actividade. De acordo com este estudo, onde foram entrevistados os fundadores de 221 “startups” (130 “startups” em operação e 91 já descontinuadas), as principais causas da descontinuidade ou encerramento destas empresas têm a ver, sobretudo, com três tipos de factores:

- “O primeiro é o número de sócios: a cada sócio a mais que trabalha em tempo integral na empresa, a chance de descontinuidade da startup aumenta em 1,24 vez. Ou seja, quanto mais fundadores à frente da startup, maiores as suas chances de ‘morrer’. “


- “Outro fator avaliado é o volume de capital investido na “startup” antes do início das vendas. Três situações foram consideradas: empresas que, antes de faturar, dispunham de capital suficiente para manter seus custos operacionais por um mês; ou pelo período de 2 meses a um ano; ou por mais de um ano. A pesquisa mostra que o cenário mais preocupante é o de startups cujo capital investido cobre os custos operacionais pelo período de 2 meses a um ano – elas são 3,2 vezes mais suscetíveis de desaparecer do que as companhias com capital suficiente para cobrir os custos por um mês e 2,5 vezes mais suscetíveis do que as com capital para cobrir os custos por mais de um ano de operação”.

- “O terceiro fator para avaliar as causas da ‘mortalidade’ das startups no Brasil é o local de instalação. Quando a empresa está em uma aceleradora, incubadora ou parque, a chance de descontinuidade da empresa é 3,45 vezes menor em relação às startups instaladas em escritório próprio ou sala/loja alugada. A pesquisa mostra, ainda, o padrão de instalação das startups nos Estados brasileiros. No Rio Grande do Sul e Pernambuco, elas tendem a se instalar em incubadoras, aceleradoras e parques; em São Paulo e Paraná, é mais comum a prática do home-office, coworking e escritório virtual; no Rio de Janeiro e Minas Gerais, predomina a instalação da empresa em escritório próprio ou sala alugada.”

As conclusões deste estudo (que pode ver aqui) são de grande importância e utilidade, quer para os empreendedores brasileiros que pretendam vir a criar as suas próprias “startups”, quer inclusive para próprias "startups" estrangeiras, incluindo obviamente as portuguesas, que tenham intenções de se instalarem no Brasil, pois são identificadas as principais ameaças e barreiras actualmente existentes ao estabelecimento e à sobrevivência deste tipo de empresas no referido mercado.