A Fundação Dom Cabral, a 1ª escola de
negócios da América Latina e a 23ª no ranking de 2014 do Financial Times sobre as melhores escolas de
negócios do mundo, investigou as causas da
“mortalidade” das “startups” brasileiras (empresas inovadores e com forte incorporação
tecnológica) e concluiu que 25% destas empresas cessam a sua actividade antes
de atingirem o 1º ano de actividade e cerca de 50% não chegam a atingir 4 anos
de actividade. De acordo com este estudo, onde foram entrevistados os
fundadores de 221 “startups” (130 “startups” em operação e 91 já
descontinuadas), as principais causas da descontinuidade ou encerramento destas
empresas têm a ver, sobretudo, com três tipos de factores:
- “O primeiro é o número de sócios:
a cada sócio a mais que trabalha em tempo integral na empresa, a chance de
descontinuidade da startup aumenta em 1,24 vez. Ou seja, quanto mais fundadores
à frente da startup, maiores as suas chances de ‘morrer’. “
- “Outro fator avaliado é o volume
de capital investido na “startup” antes do início das vendas. Três
situações foram consideradas: empresas que, antes de faturar, dispunham de
capital suficiente para manter seus custos operacionais por um mês; ou pelo
período de 2 meses a um ano; ou por mais de um ano. A pesquisa mostra que o
cenário mais preocupante é o de startups cujo capital investido cobre os custos
operacionais pelo período de 2 meses a um ano – elas são 3,2 vezes mais
suscetíveis de desaparecer do que as companhias com capital suficiente para
cobrir os custos por um mês e 2,5 vezes mais suscetíveis do que as com capital
para cobrir os custos por mais de um ano de operação”.
- “O terceiro fator para avaliar as
causas da ‘mortalidade’ das startups no Brasil é o local de instalação.
Quando a empresa está em uma aceleradora, incubadora ou parque, a chance de
descontinuidade da empresa é 3,45 vezes menor em relação às startups instaladas
em escritório próprio ou sala/loja alugada. A pesquisa mostra, ainda, o padrão
de instalação das startups nos Estados brasileiros. No Rio Grande do Sul e
Pernambuco, elas tendem a se instalar em incubadoras, aceleradoras e parques;
em São Paulo e Paraná, é mais comum a prática do home-office, coworking e
escritório virtual; no Rio de Janeiro e Minas Gerais, predomina a instalação da
empresa em escritório próprio ou sala alugada.”
As conclusões deste
estudo (que pode ver aqui) são de grande importância e utilidade, quer para os empreendedores
brasileiros que pretendam vir a criar as suas próprias “startups”, quer
inclusive para próprias "startups" estrangeiras, incluindo obviamente as portuguesas, que tenham intenções de se instalarem no Brasil, pois
são identificadas as principais ameaças e barreiras actualmente existentes ao estabelecimento e à sobrevivência
deste tipo de empresas no referido mercado.