quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Relações Rússia-África

Fonte: RIA-NOVOSTI

O "ThinkAfricaPress" publica um artigo designado por "Russia's Relations With Africa Floundering" que faz uma avaliação do actual estado das relações da Rússia-África. Depois do forte envolvimento russo no Continente Africano na "era soviética", constata-se, actualmente, um aparente desinteresse das autoridades de Moscovo em apostarem no reforço do relacionamento politico e económico com os países africanos, ao contrário do que se verifica, por exemplo, com os restantes BRIC (Brasil, China e Índia). Em 2009, e de acordo com o quadro acima apresentado, o comércio externo da Rússia com África tinha um valor de 7 mil milhões de USD, representando 1,8% das exportações e 1%, das importações russas, existindo também um conjunto de empresas russas, sobretudo do sector dos recursos minerais, com investimentos em vários países africanos. Segundo alguns especialistas citados no referido artigo, e face às inúmeras oportunidades de negócios e de cooperação existentes em África, urge que a Rússia defina rapidamente uma estratégia para esta região que deverá estar associada a uma maior empenho e envolvimento politico do governo de Putin/Medvedev.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Algumas implicações da adesão da Rússia à Organização Mundial do Comércio




De acordo com o protocolo de adesão negociado entre a Rússia e a Organização Mundial do Comércio
(OMC), os direitos de importação cobrados pelas russas vão baixar, em termos médios, de 10% para 7,8%, com descidas muito equivalentes ao nível dos produtos agrícolas - de 13,2% para 10,8% - e dos produtos transformados - de 9,5% para 7,3%. Estas mudanças irão afectar com mais intensidade os sectores da madeira, papel, tecnologias de informação, cereais e produtos derivados do leite e em menor grau os produtos químicos e as máquinas eléctricas. Para além disso, a Rússia vai ser obrigada a eliminar alguns subsídios à produção industrial e a adaptar determinadas regras sanitárias e fitossanitárias à legislação da OMC , conseguindo, no entanto, que lhe fossem concedidas condições de excepção para a protecção dos sectores mais vulneráveis à concorrência externa, a manutenção de regras especiais ao nível da exportação de alguns produtos, sobretudo matérias-primas, e o direito de continuar a regular no mercado interno um conjunto de preços (gás, etc..).

A adesão da Rússia à OMC irá permitir uma maior abertura do mercado russo à concorrência estrangeira e, desde que haja vontade politica e capacidade da administração pública local, poderá vir a constituir uma boa oportunidade para a realização de um conjunto de transformações na economia russa. Decorrente deste facto, o Banco Mundial prevê que a Rússia venha a crescer 3% nos próximos 2/3 anos e cerca de 11% a médio-longo prazo, apesar da redução muito significativa das receitas cobradas pelo Estado em direitos e taxas de importação (em 2013, estima-se que esse valor possa atingir cerca de 10 mil milhões de USD).


Festas do Mar em Cascais



Estão a decorrer até ao dia 26 de Agosto, em Cascais, as tradicionais "Festas do Mar", numa iniciativa da autarquia local. O programa da edição de 2012 deste evento é excelente e tem conseguido mobilizar a população do concelho e um número bastante significativo de turistas nacionais e estrangeiros com ganhos relevantes para o comércio local. A Câmara Municipal de Cascais está de parabéns, pois a vila voltou a ter nestes dias a vitalidade e o dinamismo de outros tempos!

sábado, 18 de agosto de 2012

Fornecedores da União Europeia perdem posição no aprovisionamento da Inditex/Zara



A Inditex (Zara, Massimo Dutti, Uterqüe, Bershka, entre outras marcas) comprou, em 2011, a menos  fornecedores da União Europeia. No ano passado, a Inditex tinha 1 398 fornecedores (+ 4,5% que no ano anterior), dos quais 625 na Ásia, 457 na países da União Europeia, 130 nos países da Europa Não-Comunitária, 122 em África e 64 na América. De 2009 para 2011, o numero de fornecedores comunitários da Inditex diminuiu 10,7%, ou seja de 512 empresas para 457 empresas. Face aos custos de produção existentes nos países na UE27 e às condicionantes de logística e transportes existentes para os mercados mais longínquos, a tendência para a fabricação de grandes séries de artigos de vestuário em mercados extra-comunitários e de pequenas séries e de maior valor acrescentado nos mercados comunitários irá, com certeza, manter-se nos próximos anos na Inditex. De qualquer, a empresa galega continua destacar a sua estratégia de "aprovisonamento de proximidade" em relação à sede das suas principais cadeias de retalho, onde estão instaladas as suas equipas de design e logística, e à existência de um conjunto de "clusters" Inditex em vários países, nomeadamente em Portugal, Turquia, Índia, Brasil, Marrocos, Bangladesh e China. No caso português, e para um grande número de empresas da fileira da moda do Norte e Centro do país, a Inditex têm uma importância determinante, constituindo, em muitos casos, o único e exclusivo cliente dessas empresas. Espera-se, por isso, que esta relação com a Inditex se mantenha e seja até aprofundada!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Expatriação, distância geográfica e fluxos económicos externos: o caso francês



Via blogue "Le Reste du Monde" um estudo denominado "L’expatriation française, un enjeu géopolitique émergent"(2009), de Arnaud Brennetot et Céline Colange, onde se efectua uma interessante análise sobre os fluxos de expatriação (os autores do trabalho fazem uma  distinção entre fluxos de expatriação e fluxos de emigração), a distância geográfica e as relações económicas externas de França, ao nível do comércio externo e do investimento directo no estrangeiro. Constata-se que os expatriados franceses têm vindo a fixarem-se, fundamentalmente, nos maiores países vizinhos (influência da distância geográfica) e nos principais  parceiros comerciais europeus de França (influência económica). Existirão com certeza outras dimensões a ter em conta, como as relações históricas e culturais e até a evolução politica de alguns países - argumentos particularmente válidos para o caso português -, mas este é trabalho muito relevante sobre um fenómeno que ganha cada vez mais importância nas sociedades mais desenvolvidas

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Crise económica obriga a alterações no dispositivo regional e estatal da diplomacia comercial espanhola


Como já aqui referimos, cada uma das 17 Comunidades Autónomas de Espanha dispõe uma agência, dependente do governo regional, com a missão de realizar a promoção económica externa dessa Comunidade. Assim, existe a PROMOMADRID na Comunidade de Madrid, a ACC1Ó na Comunidade da Catalunha;  a EXTENDA na Comunidade da Andaluzia; o IGAPE na Comunidade da Galiza, entre outras.  A grande maioria destes organismos dispõe de uma rede de delegações/representações económicas e comerciais no estrangeiro que funciona de forma mais ou menos independente do "network" estatal de serviços económicos e comerciais existente junto das representações diplomáticas de Espanha no exterior.  No caso da ACC1Ó (Catalunha), esta agência possui um rede de 34 delegações no exterior nas regiões da Ásia-Pacífico, África-Médio Oriente, Europa e América. Mas a crise (também) chegou a Espanha!  E o governo de Mariano Rajoy para além de estar a avaliar as localizações e o desempenho do seu dispositivo de diplomacia comercial quer também integrar as delegações económicas e comerciais regionais existentes no estrangeiro na rede estatal. Com estas medidas, pretende-se poupar custos e melhorar a eficácia da promoção da "imagem de Espanha". Até ao momento, apenas duas Comunidades - Catalunha e País Basco - não mostraram interesse e vontade de integrar as suas delegações na rede estatal. Porque será?

“A Europa Central e Oriental e a Internacionalização das Empresas Portuguesas”, intervenção proferida na Sociedade de Geografia de Lisboa



No passado dia 25 de Junho, e numa iniciativa da Secção de Indústria da Sociedade de Geografia de Lisboa (SGL) e da Comissão Europeia, efectuei uma intervenção sobre “A Europa Central e Oriental e a Internacionalização das Empresas Portuguesas”. Constituiu uma excelente oportunidade para debater e trocar impressões sobre o referido tema com uma audiência interessada e bastante participativa. Foi também uma ocasião para rever alguns amigos e antigos quadros do ex-ICEP que têm vindo a dinamizar de forma entusiástica a Secção de Indústria da Sociedade de Geografia de Lisboa e aos quais estou muito grato pelo convite que me formularam. Veja aqui a minha intervenção.