segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O impacto dos blogues económicos


Tendo por referência o "paper" "The Impact of Economics Blogs" (veja também aqui), de David McKenzie and Berk Ozler, Lawrence Addad, Director do Institute of Development Studies (Reino Unido) faz esta interessante reflexão sobre os blogues económicos, em que destaco as seguintes conclusões:

"1. Do they affect the dissemination of economics research? (Yes.)

They note that RePEc (Research Papers in Economics-a collaborative effort of hundreds of volunteers in 75 countries to enhance the dissemination of research in economics) working paper downloads increase by 20-30 fold after a paper has been mentioned on a popular blog. More formally they regress abstract views on papers mentioned in the top 50 blogs and allow for lags and reverse causality and find big impacts of blog mentions on views.

2. Do they affect the reputation of their creators? (Yes.)

Here they use a list of most admired economists (derived from a poll of US academics) and combine that with the top 500 economists in terms of RePEc downloads. The run a probit regression (1=on admired list, 0 not) and try to explain that with variables such as whether the economists regularly blog and where they rank in the RePEc download ratings. It turns out that those who blog regularly are more admired than their RePEc ratings would suggest (although people are surely admired for more than their writing--whether articles or blogs!).

3. Do they change attitudes of readers or lead to their increased knowledge? (Yes.)

Here the authors used the launch of their own blog (Development Impact) on April 2011 to randomise encouragement to read the blog among other researchers. They did a baseline and follow up. As they note their study design has good internal validity (i.e. it is good at assessing whether their blog has an impact) but that they can say less about other blogs (less strong external validity) although they argue that their blog is not atypical of other blogs (although it is a World Bank blog).

They find that those encouraged to read the blog (the treatment group) were more likely to be interested in working as a researcher at the World Bank, had a more positive perception of the World Bank's research quality, were more aware of the authors of the blog, relaxed their perceptions that World Bank staff face censorship over blogs and changed their opinions on the effectiveness of different interventions.

4. Do they influence policy? (Don't know, probably yes)

This is the part of the paper that has the weakest evidence base and is essentially a search for stories which cannot be verified. The bloggers interviewed cannot put their finger on specific policies changed as a result of their blogs, but then again that is not how policy works. A better strategy would be to see how widely policymakers read blogs. But the strong suspicion has to be if policymakers are influenced by research, and if the blogs are any good, the blogs should enhance the likelihood of research being influential)."

Em síntese, os blogues económicos têm hoje uma importância crescente em vários dimensões da activividade económica, a que acrescentaria ainda, "sobretudo nas sociedade mais desenvolvidas" .

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

"Doing Business'2012" - World Bank



Já está disponivel a edição de 2012 do relatório "Doing Business", elaborado pelo World Bank. O relatório deste ano apresenta as seguintes principais conclusões:

- "Morocco improved its business regulation the most compared to other global economies, climbing 21 places to 94, by simplifying the construction permitting process, easing the administrative burden of tax compliance, and providing greater protections to minority shareholders. Since 2005, Morocco has implemented 15 business regulatory reforms;

- Besides Morocco, 11 other economies are recognized as having the most improved ease of doing business across several areas of regulation as measured by the report: Moldova, the former Yugoslav Republic of Macedonia, São Tomé and Príncipe, Latvia, Cape Verde, Sierra Leone, Burundi, the Solomon Islands, the Republic of Korea, Armenia, and Colombia;

- The Republic of Korea was a new entrant to the top 10;

- Governments in 125 economies out of 183 measured implemented a total of 245 business regulatory reforms—13 percent more reforms than in the previous year. In Sub-Saharan Africa, a record 36 out of 46 economies improved business regulations this year. Over the past six years, 163 economies have made their regulatory environment more business-friendly. China, India, and the Russian Federation are among the 30 economies that improved the most over time. Read about reforms;

- Singapore led on the overall ease of doing business, followed by Hong Kong SAR, China, New Zealand, the United States and Denmark."

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Le (grand) retour de la politique industrielle?



A politica industrial é um assunto que em França , e nos últimos anos, tem merecido muita atenção por parte dos sucessivos governos, do sector empresarial e dos próprios meios de comunicação social. Porém,   desta vez, o "dossier" da politica industrial francesa está no topo da agenda de vários dos candidatos às próximas eleições presidenciais que se vão realizar neste país em 2012. Como referia há dias o jornal "Le Monde", vários dos candidatos presidenciais têm a vindo a abordar este assunto de forma persistente e assertiva nas suas várias intervenções: "François Hollande (PS) propose un "grand contrat avec l'industrie". François Bayrou (MoDem), "notre urgence, c'est produire". Eva Joly (Europe Ecologie-Les Verts) défend un plan de transition écologique pour une conversion industrielle. Jean-Luc Mélenchon (Front de Gauche) plaide pour un "renouveau industriel et technologique". Marine Le Pen (Front National) entend "réindustrialiser la France". Para alguns observadores, como Jean-Hervé Lorenzi, professeur à Paris-Dauphine, citado pelo "Le Monde,  "...il s'agit de créer un nouveau modèle productif afin de retrouver un avantage concurrentiel par rapport aux pays émergents". Este novo modelo deverá passar também pelo lançamento de medidas de estimulo à expansão das pequenas e médias empresas inovadoras e pela relocalização para França de um conjunto de sectores industriais que há bem pouco tempo se haviam deslocalizado para países emergentes da Europa Oriental, Norte de África e Ásia. Por seu lado, o governo francês, atento a este debate e a este conjunto de preocupações, lançou também no mês passado, e através do Centre D´ Analyse Stratégique, um "paper" designado por "Investissements d'avenir et politique industrielle en Europe (Note d'analyse 236 - Sept. 2011)". Em sintese, face à relevância das próximas eleições presidenciais francesas e ao peso politico de França no contexto da União Europeia este é um debate que tenderá a ganhar maior preponderância e protagonismo no contexto das próprias instituições comunitárias. Por isso, mas sobretudo pelo momento por que passa actualmente a economia portuguesa, não deveríamos também estar a reflectir um pouco mais sobre este assunto?

domingo, 23 de outubro de 2011

Apresentação do livro "China and Portuguese Speaking Countries", de Nelson Santos António, Virginia Trigo et al.


Vai decorrer amanhã, dia 24 de Outubro, pelas 18h00, no ISCTE-IUL, ed. II, sala C205, a sessão de apresentação do livro "China and Portuguese Speaking Africa: Business Approaches and Management Models in China, Mozambique and Cape Verde". A obra vai ser apresentada por um dos seus autores, Nelson Santos António, professor catedrático do ISCTE-IUL.

A RTP e a final do campeonato do mundo de râguebi


Foto: Reuters

A Nova Zelândia  ("All Black") derrotou na manhã deste domingo a França por 8-7 e conquistou pela segunda vez na sua história o Campeonato do Mundo de râguebi. Os "All Black" (na foto) são uns justos vencedores deste mundial, mas a França bateu-se muito bem neste jogo. No fim deste mundial, não podia deixar de salientar a posição do canal público de televisão português (RTP) que lamentavelmente não transmitiu, em canal aberto, nenhum dos jogos desta competição, incluindo a final. Na RTP assiste-se, há muitos anos, a uma autêntica "ditadura do futebol" nos espaços de informação e de recreio dedicados ao desporto. Não vejo esta situação em mais nenhum outro país da União Europeia, incluindo Espanha e Itália, onde o futebol também tem grande popularidade. Esta é uma situação que deveria merecer atenção no âmbito do processo de reestruturação que está previsto ser implementado na televisão pública.  Uma mudança nesta área exige-se até para estímulo de todas as outras modalidades desportivas amadoras que se praticam por milhares de jovens em Portugal.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

It’s time for São Tomé!



Na sequência das últimas eleições presidenciais realizadas em São Tomé e Príncipe, a revista "The Economist" dedica um artigo a este arquipélago a que chama "Sao Tome and Principe: The Chocolate Islands". É um artigo que chama a atenção para as potencialidades económicas existentes em São Tomé e Príncipe, sobretudo nos sectores do turismo e da exploração petrolífera. Mais, a "The Economist" considera que "It´s time for São Tomé!". É uma posição que partilho. No entanto, adiantaria que para São Tomé e Príncipe entrar numa nova fase de desenvolvimento e económico e social é necessário  que haja, em primeiro lugar, estabilidade política, a par de um melhor  funcionamento das instituições (ou seja, "melhor governação").  Depois, o governo terá de tentar superar as dificuldades existentes ao nível das infra-estruturas do país e também as debilidades do sistema de educação/formação (a questão da malária, julgo que tenderá a resolver-se a curto-médio prazo)
Durante alguns anos, primeiro a partir de Lisboa, e mais tarde a partir de Luanda, e enquanto Conselheiro Comercial Não-Residente junto da Embaixada de Portugal em São Tomé, desloquei-me várias a São Tomé e Príncipe. Tive a oportunidade de acompanhar, com alguma atenção, a evolução da situação económica, contactar entidades e instituições locais e de  realizar diversas iniciativas que envolveram empresas e associações empresariais portuguesas e são-tomenses. Desta magnifica e útil experiência pude constatar, e divulgar, as oportunidades de negócios existentes neste país, fundamentalmente, nos sectores do turismo (eco-turismo, "bird watching") e da agricultura, sobretudo ao nível do cultivo de alguns produtos agrícolas de exportação (cacau, café, pimenta, flores, legumes, entre outros). Por isso, e agora também com as perspectivas das receitas resultantes da exploração petrolífera, julgo que este poderá ser um bom momento para algumas empresas portuguesas  avaliarem, ou reavaliarem, as oportunidades de negócios existentes neste país. Para este "pequeno" país de 160 mil habitantes, as exportações portuguesas atingiram, em 2010, cerca de 42,7 milhões de euros (56º cliente de Portugal) e os investimentos nacionais foram de 2,7 milhões de euros. Aos interessados na realização de investimentos em São Tomé e Príncipe, consultem aqui e aqui  o "Guia do Investidor para São Tomé e Príncipe", elaborado pelo Earth Institute e pelo The Vale Columbia Center on Sustainable International Investment, ambas as entidades ligadas à Columbia University (EUA).

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Barreiras na abordagem de mercados extra-comunitários: dados de um inquérito envolvendo empresas belgas



Num estudo realizado recentemente na Bélgica pela DHL e pela UNIZO (organização empresarial de profissionais liberais e pequenas e médias empresas) junto de 500 PME's com menos de 200 trabalhadores, constatou-se que cerca de 85% das empresas têm actividades de exportação ou de importação, direccionadas, fundamentalmente, para os seguintes mercados/regiões geográficas: França (74%), Alemanha (46%), Holanda (44%), África (10%), Ásia/Oceânia (10%), Médio Oriente (6%) e América do Norte (5%). A Bélgica, tal como a Holanda, são pequenos países com uma grande vocação exportadora e são hoje dois dos principais "traders" globais, No entanto, e numa altura em que lá, como cá, se aposta na abordagem de mercados extra-comunitários, caracterizados por  fortes índices de crescimento e grandes oportunidades de negócios, cerca de 35% das empresas belgas inquiridas encontram nesses países diversas barreiras, nomeadamente ao nível dos procedimentos alfandegários de importação/exportação, para além de outros obstáculos não formais. Por isso, é neste tipo de mercados que os dispositivos públicos de diplomacia comercial são, e tenderão a ser, mais procurados pelas empresas, sobretudo pelas PME's, e em que deverão estar devidamente ajustados aos fluxos e às características dessa procura empresarial.

sábado, 15 de outubro de 2011

Leituras: Alguns "papers" sobre diplomacia económica e diplomacia comercial/Clingendael - Netherlands Institute of International Relations


A imprensa deste fim-de-semana continua a dar grande destaque à problemática da diplomacia económica portuguesa, e nomeadamente aos desafios que se colocam ao nível do funcionamento do dispositivo nacional de diplomacia comercial. Também o “The Hague Journal of Diplomacy”, editado pelo  Clingendael - Netherlands Institute of International Relations, dedicou o seu último número ao tema da diplomacia económica. Abaixo pode encontrar um conjunto de artigos publicados nesse número da referida revista:

Contents Vol. 6 (2011), No. 1-2
Special issue
·         Economic Diplomacy
·         Economic and Political Perspectives
Guest Editors: Peter A.G. van Bergeijk, Maaike Okano-Heijmans and Jan Melissen
Editor: Jan Melissen and Paul Sharp

ARTICLES:
·         Economic Diplomacy: The Issues. pp. 1-6 – Peter A.G. van Bergeijk, Maaike Okano-Heijmans and Jan Melissen
RESEARCH PAPERS:
·         Conceptualizing Economic Diplomacy: The Crossroads of International Relations, Economics, IPE and Diplomatic Studies pp. 7-36 – Maaike Okano-Heijmans
·         Globalism Ascendant, Regionalism Stagnant: Japan’s response to the Global Financial Crisis, pp. 37-61– Mireya Solís
·         Great Power Style’ in China’s Economic Diplomacy: Filling the Shoes of a Benign Hegemon? pp. 63-81– Yang Jiang
·         EU Economic Diplomacy:The Factors Shaping Common Action, pp. 83-99– Stephen Woolcock
·         The Economic Effectiveness if Diplomatic Representation: An Economic Analysis of its Contribution to Bilateral Trade, pp.101-120– Peter A.G. van Bergeijk, Henri L.F. de Groot and Mina Yakop
·         Commercial Diplomacy in the Context of International Business, pp. 121-148– Olivier Naray
·         Any Ties that Bind? Economic Diplomacy on the South Asian Subcontinent, pp. 149-169– Han Dorussen, Syed Mansoob Murshed and Hugh Ward

Practitioners’ Perspectives
·         Economic Diplomacy in a Changing World, pp. 171-186– Maxime Verhagen and Henk Bleker
·         The Diplomacy of the Financial Crisis in Context, pp. 187-201– Nicholas Bayne
·         Development Cooperation as Economic Diplomacy? pp. 203-217– Arjan de Haan

Bookreviews
·         R.S. Zaharna, Battle to Bridges: US Strategic Communication and Public Diplomacy after 9/11, pp. 219-221– Ellen Huijgh
·         Robert Steinmetz and Anders Wivel (eds.), Small States in Europe: Challenges and Opportunities, pp. 222-223– Ali Naseer Mohamed
·         Kathy R. Fitzpatrick, The Future of US Public Diplomacy: An Uncertain Fate, pp. 224-225– Bruce S. Allen
·         Ivor Roberts (ed.), Satow’s Diplomatic Practice, pp. 226-227– Stuart Murray

E se ainda tiver tempo, veja também os seguintes “papers”, sobre o mesmo assunto, já publicados pelo Clingendael:

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A maioria dos franceses são favoráveis à ajuda pública ao desenvolvimento

De acordo com os resultados do Barómetro "Agence Française de Développement/IFOP'2011", cerca de 63% dos franceses têm uma posição favorável à politica de ajuda pública ao desenvolvimento prosseguida pelo governo do seu país (veja aqui e aqui informações sobre este estudo). Ainda de acordo com o mesmo estudo "... 77% d’entre eux considèrent même que l’Etat français doit disposer de sa propre politique d’aide au développement au sein de l’Europe. La lutte contre la pauvreté est le premier des  objectifs à atteindre, pour 36% des Français. Les secteurs prioritaires restent l’accès à l’eau potable (pour 35% des Français), l’accès à l’éducation (14%) et la santé (8%). S’ils souhaitent que les pays d’Afrique subsaharienne restent une zone d’intervention prioritaire, ils sont aussi nombreux à espérer un engagement supplémentaire de la France en faveur des pays d’Afrique du Nord. 45% des Français jugent que le résultat global de l’APD est plutôt positif et répond à leurs attentes même si 35% d’entre eux pensent que le budget de la France pour l’APD est encore insuffisant." 
No actual contexto de dificuldades económicas e financeiras por que passa (também) a França, este apoio da maioria dos franceses à ajuda pública ao desenvolvimento é um dado bastante relevante e significativo. Vem dar mais força e maior responsabilidade às entidades envolvidas na definição e implementação da APD francesa.
E no caso português, quais serão as posições e as expectativas dos portugueses sobre a APD desenvolvida pelas entidades oficiais? Não deverá este assunto, a par de outros relacionados com o papel e a posição de Portugal na Europa e no Mundo, merecer uma maior atenção e discussão na opinião pública e nos media portugueses? 

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Lady Gaga: um "case study" na Harvard Business School



A cantora Lady Gaga já ganhou 5 "Grammys",  tem dois "spots" no "Guinness Book of World Records", foi considerada, em 2010, "Artist of the Year"  pela revista Billboard e é actualmente uma "global brand" com milhões de discos vendidos em todo o mundo. Este sucesso, alcançado num curto espaço de tempo, chamou a atenção da Harvard Business School que decidiu estudar com mais profundidade este fenómeno do marketing e da comunicação global. Assim, e como resultado dessa pesquisa, Lady Gaga é hoje um "case study"  apresentado à análise e à discussão dos alunos dessa conhecida "business school". De acordo com Steve Berman, vice-chairman da empresa  Interscope's,  "[Lady Gaga] could be a chief marketing officer for a big corporation, because she understands the brand, and how important it is to stand by that brand."  Estes são também sinais da crescente sofisticação e globalização do negócio da música e do entretenimento.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Partido de Donald Tusk ganha eleições legislativas na Polónia

Foto: Reuters

O PO, partido de Donald Tusk (ao centro na foto), actual Primeiro-ministro polaco, ganhou  as eleições legislativas realizadas no último Domingo. É a primeira vez na história da Polónia que um Primeiro-ministro é reeleito democraticamente . O PO obteve 39,18% dos votos, seguido do PIS (29,89%), RPAL (10,02%), PSL (8,36%) e SLD (8,24%). Depois destas eleições, espera-se que o PO venha a manter a coligação governamental com os seus aliados do PSL e que garante o apoio de uma maioria de deputados no parlamento polaco.
A vitória do PO era esperada, apesar do desgaste de 4 anos de governação. Já os resultados alcançados nestas eleições pelo PIS (29,89%), partido do gémeo Jaroslaw Kaczynski, constituíram para mim uma surpresa. Não contava que esta força politica conseguisse alcançar uma votação tão expressiva. Este facto demonstra claramente a relevância politica e sociológica de uma importante franja do eleitorado polaco com  características mais conservadoras, profundamente católica, que vive em pequenas cidades e que (ainda) tem uma posição muito céptica em relação às propostas reformistas e liberais do actual governo e à própria União Europeia, de que a Polónia faz parte desde 1 de Maio de 2004. Por isso, os resultados agora alcançados por Donald Tusk constituem, sem dúvida, boas noticias para a União Europeia e julgo que também para a Polónia.

domingo, 9 de outubro de 2011

Relações China/África: a posição do Banco Africano de Desenvolvimento


O Banco Africano de Desenvolvimento acaba de publicar um livro designado por "China and Africa: An Emerging Partnership for Development? que faz uma análise das relações económicas entre os países do Continente Africano e a China e avança com um conjunto de recomendações para que que esta relação seja mutuamente vantajosa e contribua, nomeadamente, para uma efectiva redução da pobreza e a para o desenvolvimento sustentado de África. Face à relevância da actual posição económica e política chinesa em África, começa a ser tempo das organizações multilaterais e bilateriais envolvidas no ajuda ao desenvolvimento deste Continente não escamotearem esta situação e terem elas próprias um discurso e uma  posição sobre este assunto para bem das populações e dos governos africanos. A presença da China em África está para ficar e tendencialmente alargar-se-á a outros países e sectores da actividade, como aliás se está verificar, com algumas diferenças de actuação, em relação a outros Continentes. Por isso, chega de "assobiar para o ar".

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Degradação do serviço público de comboios na linha de Cascais



Sou utilizador diário dos comboios da linha de Cascais e tenho vindo a assistir, nos últimos meses, a uma progressiva e dramática degradação do serviço público de transporte que é prestado pela CP nesta importante linha da Área Metropolitana de Lisboa. Para além da falta de qualidade das infra-estruturas, o material circulante encontra-se em péssimo estado de conservação e, mais recentemente, foram também suprimidos diversos horários e serviços de comboios. A CP tem manifestado um profundo desrespeito pelos milhares de utentes diários desta linha. Espero, por isso, que no âmbito das alterações previstas para o sector dos transportes públicos, e nomeadamente para a CP, haja alguma razoabilidade e bom senso na resolução de alguns dos problemas mais prementes, de que é exemplo o que acabei de abordar.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Bélgica soma e segue



aqui havíamos abordado o bom desempenho da economia belga num contexto de grande instabilidade politica interna. Agora chegam-nos também boas noticias em relação às exportações da região da Valónia que, no 1º semestre de 2011, atingiram um record absoluto, passando, pela primeira vez, o valor de 21 mil milhões de euros (+13,3% que no período homólogo do ano anterior). Mas este crescimento das exportações belgas não se limita apenas à região da Valónia. As exportações da outra grande região federal, a Flandres, tiveram um crescimento superior (+ 19,6%) à da região da Valónia, tendo também ultrapassado a taxa de crescimento das exportações da UE15 (14,9 %) e da própria Alemanha (14,7 %). Como se constata, a Bélgica tornou-se um verdadeiro "case study" sobre o significado e a relevância das relações e das interdependências entre os campos político e económico.


Steve Jobs (1955-2011)



Morreu Steve Jobs. Um empreendedor, um visionário, um homem que mudou o Mundo. Veja aqui "Steven P. Jobs: His Life, His Companies, His Products", via New York Times. Veja também aqui "Steve Jobs, el hombre que inventó nuestro mundo", via Aguas Internacionales.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Os vinhos do Vale de Bekaa (Líbano)



O Vale de Bekaa, no Líbano, tem sido palco de várias disputas e conflitos políticos, religiosos e militares que desde há muito têm afectado a paz e a estabilidade nesta região do Próximo Oriente. Um dos últimos  conflitos que se assolaram este Vale foi a batalha área realizada em Junho de 1982 e que envolveu forças militares israelitas e sírias (que na altura apoiavam o governo libanês), e onde, pela primeira vez, e em plena Guerra Fria, se utilizaram os mais modernos meios de vigilância e controle aéreos. Mas agora que o Líbano atravessa um período de relativa paz e estabilidade, o Vale de Bekaa é também sinónimo da produção de vinhos de grande qualidade como, aliás, se pode verificar nesta reportagem do jornal britânico "The Guardian". Hoje estes vinhos  são exportados para todo o mundo, em muitos casos com o apoio da numerosa diáspora libanesa.



domingo, 2 de outubro de 2011

Angola: Aguinaldo Jaime deixa a presidência da ANIP - Agência Nacional para o Investimento Privado


Aguinaldo Jaime vai deixar a liderança da ANIP - Agência Nacional para o Investimento Privado, entidade que, entre outras funções, se ocupa da captação, análise e aprovação de projectos de investimento estrangeiro em Angola. Vai ser substituído por Maria Luísa Abrantes, até agora representante da ANIP nos E.U.A. e que na década de 90 chegou a liderar o GIE - Gabinete de Investimento Estrangeiro, organismo que esteve na origem da referida agência angolana.