sábado, 12 de março de 2011

Políticas públicas de cooperação e desenvolvimento internacional: mudanças no Reino Unido e na África do Sul


Foto: IRIN

O Reino Unido tem estado a efectuar um interessante trabalho de reflexão e de reavaliação da sua politica de ajuda ao desenvolvimento internacional motivada, em parte, pela chegada ao poder do governo de David Cameron. São muitos os actores públicos e privados que têm contribuído e participado nesta discussão, entre os quais Paul Collier, que num post colocado no blogue da DFID (UK Department for International Development) aponta o grande desafio que hoje se coloca à politica de cooperação e desenvolvimento internacional, e particularmente aos seus  financiadores públicos e privados, e que passa pela resposta à seguinte questão: "How can an increased aid budget be justified in times of unprecedented austerity unless it is demonstrably well used?". Por outro lado, e nestes novos tempos de mudanças muito rápidas e imprecedentes, assistimos também à emergência de novos doadores internacionais, nomeadamente de países que até há bem tempo eram receptores da ajuda internacional. Referimo-nos à China , à Índia, ao Brasil e agora também à África do Sul. No inicio deste ano, o governo sul-africano anunciou a criação de uma agência publica de ajuda ao desenvolvimento, designada por "South African Development Partnership Agency", que de acordo com Ivor Jenkins, director da ONG sul-africana Institute for Democracy in Africa (IDASA) terá por objectivo"...provide a more appropriate framework for South Africa's current ad hoc interventions on the continent (...) it is long needed and required for South Africa because we are the biggest economic bloc on the continent and we have started to do quite a bit of aid support to different countries".  Como refere Jonathan Glennie, especialista em politicas de ajuda ao desenvolvimento do Overseas Development Institute, "aid is not just about reducing poverty, it's a very strategic investment".