A luta pelo controlo da construtora alemã Hochtief teve esta semana um novo desenvolvimento, depois da OPA hostil que foi realizada sobre esta empresa pela sua congénere espanhola ACS, liderada por Florentino Peres, actual Presidente do clube de futebol Real Madrid. Refira-se que são duas empresas de grande dimensão, com uma presença geográfica global e com actuação em toda a fileira das infraestruturas e "utilities".
A ACS é já o maior accionista da Hochtief, com um posição de cerca de 30% do capital social, mas os alemães têm utilizado diversos expedientes e estratégias para evitarem o controlo da empresa por parte da ACS. Esta semana, e para baralhar ainda mais esta disputa, a Hochtief conseguiu captar os recursos da Qatar Holding LLC, braço financeiro e investidor do referido país do Médio Oriente, que através de um aumento de capital vai passar a controlar 9,1% do capital da empresa por uma valor de 400 milhões de euros. Tudo isto se passa dias depois do Comité Executivo da FIFA ter escolhido o Qatar como país organizador do Fase Final do Campeonato do Mundo de Futebol de 2022 e que irá obrigar a fortes investimentos em estádios de futebol e na renovação de infraestruturas. Enfim, mais um exemplo em como é cada mais vez mais incontornável, e diria mesmo obrigatório, o acompanhamento e a abordagem dos fundos soberanos dos países do Médio Oriente por parte das grandes firmas europeias nas suas estratégias de capitalização e/ou expansão empresarial.