domingo, 2 de dezembro de 2018

A importância das (boas) relações diplomáticas entre países nas decisões de investimento directo no estrangeiro das empresas

Num artigo recente publicado no Journal of International Business Studies, designado “Diplomatic and corporate networks: Bridges to foreign locations” (que pode ser acedido aqui), um grupo de investigadores, nomeadamente Jing Li, Klaus E. Meyer, Hua Zhang e Yuan Ding, referem o seguinte:
"Firms and governments operate in broad networks in which the home government and its diplomatic service are a critical node – or a “referral point” – between firms and potential partners in foreign locations. Thus diplomatic relations between countries matter for the choice of foreign investment location. Using a network perspective, we argue that the extent to which good diplomatic relations induce firms to invest in friendly host countries depends on their political connections to home governments. Those with stronger ties to home governments can better access and leverage intergovernmental diplomatic connections, thus benefiting potentially from enhanced access to information, reduced political risks, and increased legitimacy”.
Trata-se de uma investigação que teve por base a análise das decisões de investimento no exterior de empresas chinesas e que surge num momento particularmente relevante caracterizado por uma grande instabilidade ao nível das relações comerciais internacionais, e de alguns dos acordos que as enquadram, e em que vários países europeus, entre os quais Portugal, tentam reforçar as suas ligações politicas e económicas, e as acções da chamada “diplomacia económica”, com um conjunto de países, alguns deles extra-comunitários.

domingo, 11 de novembro de 2018

A atractividade das universidades norte-americanas e chinesas: os avanços do "soft power" chinês


A revista Foreign Policy destaca num artigo recente, designado "Forget Stanford, Tsinghua Beckons", a crescente atractividade para estudantes internacionais das universidades chinesas em relação às suas congéneres norte-americanas, apesar dos EUA ainda constituírem o principal hub mundial nesta área. 

Em 2016, mais de 1 milhão de estudantes internacionais estavam matriculados em instituições de ensino superior nos EUA, contra cerca de 500 000 estudantes na China. Mas as coisas parecem se estar a alterar, ainda que de uma forma muito discreta, mas sustentada, sobretudo ao nível dos estudantes oriundos de países dos Continentes africano e asiático.

A autora do artigo, Charlotte Yang, conclui "Yet, if China’s ambitions in Africa and Asia in fact come to fruition, the United States may one day wake up to discover a generation of leaders and elites in those countries who are more familiar—and comfortable—with Beijing than New York".

sábado, 14 de julho de 2018

18 de Julho - Nelson Mandela International Day 2018


No próximo dia 18 de julho comemora-se o Nelson Mandela International Day 2018 que assinala o centenário do nascimento (18 de julho de 1918) deste grande Homem e personalidade política universal. Esta deve também ser uma ocasião para todos refletirmos sobre a vida e o legado que Nelson Mandela nos deixou. Para assinalar esta data, deixo aqui a homenagem, e também a extraordinária interpretação, de  Johnny Clegg  a Nelson Mandela, e a outros destacados membros do ANC (Partido do Congresso Nacional Africano) e da luta anti-apartheid na África do Sul  - "Asimbonanga".
 

domingo, 3 de junho de 2018

Eurostat: A mobilidade de trabalhadores na União Europeia (2017)


O Eurostat divulgou no passado dia 28 de maio um comunicado de imprensa sobre a mobilidade de cidadãos na União Europeia em idade activa (entre os 20 e os 64 anos), tendo por referência o ano de 2017, e em que nos parecem muito relevante os seguintes dados:

- "Au total, 3,8% des citoyens de l’Union européenne (UE) en âge de travailler (20-64 ans) résidaient dans un autre État membre que celui dont ils avaient la citoyenneté en 2017. Cette part a progressé par rapport aux 2,5% d’il y a dix ans. La situation varie considérablement selon les États membres, et la proportion s’échelonne entre 1,0% des citoyens en âge de travailler dans le cas de l’Allemagne et 19,7% dans celui de la Roumanie".
 
- "La mobilité est généralement plus forte parmi les diplômés de l’enseignement supérieur que dans le reste de la population. Ainsi, 32,4% des citoyens de l’UE « mobiles » sont des diplômés de l’enseignement supérieur, contre 30,1% pour la population de l’UE dans son ensemble".

 - (La plus forte mobilité est observée pour les Roumains et les Lituaniens) - "En 2017, les ressortissants roumains qui étaient en âge de travailler (20-64 ans) et qui résidaient à l’étranger au sein de l’UE représentaient environ un cinquième (19,7%) du nombre de leurs compatriotes résidant en Roumanie. Suivaient les ressortissants lituaniens (15,0%), croates (14,0%), portugais (13,9%), lettons (12,9%) et bulgares (12,5%)".
 
- "Les États membres de l’UE ayant la plus faible proportion de citoyens « mobiles » (par rapport à la population totale du pays) sont l’Allemagne (1,0%), le Royaume-Uni (1,1%), la Suède et la France (1,3% chacune)".
 
- " Dans la plupart des cas, la proportion des personnes disposant d’un diplôme de l’enseignement supérieur est plus élevée parmi les ressortissants en âge de travailler qui vivent dans un autre pays de l’UE population que parmi leurs compatriotes vivant dans leur pays de citoyenneté. C’est le cas en particulier en France (62,5% des Français vivant dans un autre État membre ont un diplôme de l’enseignement supérieur, contre 34,6% pour la population résidente de la France) et en Allemagne (54,5%, contre 26,7%)".

- "Dans six États membres toutefois, c’est la population restée au pays qui affiche une plus forte proportion de diplômés de l’enseignement supérieur: en Bulgarie, en Croatie, au Portugal et dans les trois États baltes (Lettonie, Estonie et Lituanie)".

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Le made in Portugal a le vent en poupe, Les Echos

O diário económico francês Les Echos, através da sua jornalista Cecile Thibauld, dedicou no passado dia 31 de janeiro, um artigo sobre a evolução económica recente em Portugal com sugestivo título "Le made in Portugal a le vent en poupe" (que pode ver aqui). 

Na opinião da referida jornalista, "Après des années de récession et d'austérité, le Portugal a retrouvé le chemin de la croissance tout en se modernisant. (...) C'est un mix de relance et de flexibilité du marché du travail, à la scandinave, qui a relancé la consommation et redynamisé l'économie du pays, portée à la fois par le boom du tourisme et par les exportations ".

Trata-se de uma análise muito importante e oportuna sobre a competitividade da economia e das empresas portuguesas e com efeitos relevantes ao nível da imagem de Portugal em França, um mercado incontornável para as exportações nacionais (2º cliente mundial de Portugal, ao nível das exportações de bens e serviços) e para a captação de investimento direto estrangeiro (juntamente com a Alemanha, a França é um emissor de investimento estrangeiro para Portugal preponderante ao nível do investimento produtivo na área dos bens transacionáveis).